Práticas Educativas – um diálogo constante
Diário de aprendizagem
Quinta- feira, 11 de abril de 2019
A aula começou com a apresentação do grupo do Roberto, Blezer, Gabrielle e Jéssica sobre a Sequência Didática
No segundo momento, assistimos ao vídeo 'Educar pela pesquisa'- Pedro Demo, após seguiu-se uma discussão e depoimentos sobre o processo de aprendizagem.
Hora de reflexão e partilha de experiências!!!!
A aula começou com a apresentação do grupo do Roberto, Blezer, Gabrielle e Jéssica sobre a Sequência Didática
Nesse dia, revisamos o Parecer em resposta ao IFB a respeito da consulta
sobre a adaptação curricular do Curso Técnico Integrado à Base Nacional Comum
Curricular (BNCC). Todavia, houve rodízio entre os componentes dos grupos,
proporcionando novas formações e experiências.
Segue o resultado das discussões:
INTERESSADO: Instituto Federal de Brasília (IFB)
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ASSUNTO: O IFB encaminha consulta sobre a
adaptação curricular do curso técnico integrado à Base Nacional Comum
Curricular (BNCC) REVISADO
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RELATORES: Roberto Ramos e Ricardo Blezer +
Safira Micaelle e Fabiana Leite
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DATA DE APROVAÇÃO: 28/03/2019
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I – RELATÓRIO
- Histórico
Ao analisar o Plano do Curso Técnico em
Hospedagem Integrado ao Ensino Médio do Instituto Federal de Brasília, (IFB) – Campus
Riacho Fundo, constatou-se uma aparente falta de revisão textual pelo número de
troca de referência do nome do curso pelo de Técnico em Cozinha, também
oferecido no Campus, bem como anotações de diagramação não eliminadas do
texto.
Em se tratando
da seção Perfil do Egresso, verificou-se, na listagem de “Competências”, uma
preocupação salutar com o currículo oculto: o rol daqueles conteúdos,
normalmente, procedimentais e, sobretudo, atitudinais, que são ensinados
na escola sem estarem explicitados nos ementários. Isso revela uma concepção
curricular que não se resume aos conteúdos cognitivos, tradicionalmente
privilegiados nos currículos escolares (Zabala, 1998).
Nesta perspectiva, o plano
preconiza algumas estratégias em consonância com o conceito de autonomia
presente nas “Competências”, a saber: a divisão dos alunos em grupos de
orientação (até 10 alunos) sob responsabilidade de um professor-orientador; e a
obrigatoriedade de adoção do instrumento avaliativo de um portfólio a ser
produzido durante todo o curso. Tais estratégias revelam uma concepção de
currículo com conteúdos transversais; no entanto, a estrutura do ementário não
comporta o registro desta concepção essencial para um educação integral.
No âmbito da formação técnica do
aluno, observou-se a não obrigatoriedade de estágio como pré-requisito para
obtenção de certificado de conclusão do curso.
No tocante à avaliação,
percebeu-se que as propostas (instrumentos) apresentadas dialogam com as
competências elencadas.
2.
A
Base Nacional Comum Curricular
No que concerne à Base Nacional
Comum Curricular, ressalta-se que as competências previstas podem ser
vislumbradas ao longo de todo o Plano de Curso. Há evidências de preocupação
com aspectos importantes para a formação integral como a valorização dos
conhecimentos prévios dos alunos, assim como com o exercício da criatividade
(como no caso da construção do portfólio, em que os discentes têm a autonomia
de fazê-lo da forma como considerarem mais apropriado, de acordo com seus
próprios interesses e desenvolvimento).
Da mesma forma, há previsão de
uso e valorização de diferentes linguagens e de saberes e vivências culturais
distintas, o que pode ser percebido nas ementas de diferentes disciplinas.
Ao elencar como competência
“Demonstrar responsabilidade social e ambiental”, o Plano de Curso contempla
competência trazida pela BNCC, ao remeter a aspectos como a promoção de
direitos humanos, consciência socioambiental e consumo responsável, em
consonância com a concepção de formação integral.
Finalmente, a competência 10,
referente ao papel de cidadão crítico, atuante e solidário, da BNCC está,
coerentemente, refletida em diversas das competências apresentadas pelo perfil
do egresso.
II – ENCAMINHAMENTO DOS RELATÓRIOS
Em Em vista do apresentado, elencam-se as seguintes considerações:
a.
A
falta de revisão textual evidencia uma possível falha na compreensão e
implementação do conceito de Integração, uma vez que os traços de cópia e
colagem de textos e estruturas no plano de curso revelam uma simetria entre os
cursos técnicos de Cozinha e Hospedagem que não se coadunam com um concepção de
integração verdadeira.
b. A
estrutura de tabela do ementário deve ser adaptada para incluir os conteúdos
(procedimentais e atitudinais) transversais de forma clara, para que quando um
professor for se referir ao ementário, fique claro que estes conteúdos devem
ser ensinados, conforme considerações de Zabala (1998).
c. Apesar
das competências pessoais almejadas para o aluno dialogarem com a BNCC,
percebe-se que elas estão em desacordo e em dissonância com as ementas, uma vez
que estas não explicitam os conteúdos procedimentais e atitudinais implícitos
na descrição do perfil do egresso.
d.
Embora
esteja prevista a organização de orientação por grupos e a atividade avaliativa
do portfólio, tais estratégias precisam ser materializadas por meio de recursos
de espaço e tempo, ou seja, precisam ser contempladas na grade horária, para
garantir meios para sua efetiva realização. Caso contrário, corre-se o risco do
portfólio ser desvirtuado/fragmentado e da orientação por grupos não se
concretizar.
e. Na
ausência da exigência do estágio, recomenda-se explicitar formas compensatórias
de conteúdos procedimentais para assegurar a formação técnica no ementário,
transversais ou não.
Considerando Sacristan (2013), o
currículo, sendo mediado pelo entendimento de professores e os materiais
didáticos, corre o risco de ser interpretado de maneira diversa da proposta no
plano de curso, de forma que os resultados educacionais não reflitam as
intenções iniciais. Isto posto, há um importante consideração que, apesar de
não estar diretamente atrelado ao âmbito do Plano do Curso, deve ser ponderada.
Recomenda-se a adoção de mecanismos que promovam uma cultura escolar a qual
proporcione o alinhamento dos professores em torno de uma concepção integrada
de educação e de uma concepção integrada do currículo. No âmbito da organização
institucional deve-se promover espaços e tempos de encontros e de estudo e
capacitação para um maior alinhamento e construção de identidade da equipe
pedagógica em prol dos princípios subjacentes ao Plano de Curso. Dessa maneira,
propicia-se condições para uma coerência metodológica por parte dos
professores, que são um dos atores que consubstanciam a proposta pedagógica
representada no Plano de Curso.
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