domingo, 19 de maio de 2019




Práticas Educativas – um diálogo constante
Diário de aprendizagem
Quinta- feira, 25 de abril de 2019

Sequências Didáticas

Nessa aula, os colegas iniciaram as apresentações das sequências didáticas, três propostas foram socializadas, todas relevantes e em harmonia com o objetivo de formação integral do sujeito. Dentre elas, escolhi para análise a sequência construída sobre o tema: Gênero jornalístico e o jornalismo do século XXI.







Protótipo - Sequência Didática

 Tema: Gênero jornalístico e o jornalismo do século XXI

Objetivo geral:
 * Compreender o gênero jornalístico.

Objetivos específicos:

* Conhecer a História do jornal;
* Entender a diferença entre jornal escrito e digital;
* Debater o gênero sob o olhar Histórico-social;
* Elaborar jornal digital.

Recursos: vídeo, texto, filme, computador, internet, exposição oral.

Conteúdo: Língua Portuguesa, Sociologia, História, Filosofia.

Fundamentação teórica:

*Vigostki- interação com o meio;
* Wallon- aprendizagem lúdica;
* Freire- aprender a aprender.

Duração: 10 aulas de 50 minutos

Metodologias ativas:

* Brainstorm;
* Debate;
* Juri simulado;
* Dinâmicas: Hora da História e desafio;
* Roda de conversa;
* Visita externa;
* Bate-papo com especialistas.

1ª aula (2 aulas):

* Levantamento do conhecimento prévio:
* Brainstorm (20min): Jogar a palavra Jornal e Notícia e vê o conhecimento que os alunos têm a respeito.
* Roda de conversa (30 min) sobre o que os estudantes entendem sobre jornal e notícia.
* Vídeo documentário (10 min);
 Nesse site tem o panorama histórico do jornalismo no Brasil

* Ler o texto que apresenta a estrutura do jornal no link:

 Depois dividir a turma em grupo e discutir o texto.

Para Casa:
·         Enviar o texto para auxiliar na  construção da história em quadrinhos, a qual será sobre a trajetória do jornalismo e como os alunos entendem o jornalismo na atualidade.

2ª aula (2 aulas):

Filme: O quarto poder (1h e 10 min)

Apresentação das histórias em quadrinhos (20min)- cada grupo vai apresentar o seu quadrinho.

* Curta: A atuação do  quarto poder segundo Paulo Henrique Amorim ( Discutindo a imprensa sob o ponto de vista histórico e político)- 7 min
* Discutir a imprensa

Para casa:
Escrever um texto sobre o poder de persuasão do jornalismo no Brasil

3ª aula (2 aulas):
* Visita técnica guiada ao Correio Braziliense

4ª aula (2 aulas):

* Bate- papo com jornalista e um designer, especialistas em jornal digital, o objetivo é que esses profissionais mostrem como é feito um jornal digital, expliquem a diferença entre jornal físico e digital (50min).

* Dinâmica: Tribunal: Temática- O que é melhor jornal físico ou digital?
 Grupo de defesa X Grupo de acusação (Depois da primeira rodada de exposição de argumentos dos dois grupos, muda-se a abordagem do grupo: quem era de defesa passa a acusar e vice-versa) (50min).

* Leva para casa um jornal digital elaborado e em funcionamento em uma escola.
Tarefa de casa: Hora da história (Texto sobre jornal digital. Destacar algumas palavras desse texto e os alunos terão que escrever um texto tendo como ponto de partida as palavras destacadas).


5ª aula (2 aulas):

Laboratório de informática: Visitar a Plataforma de hospedagem de jornal, conhecer plataformas digitais e jornais digitais.

Dinâmica sobre Proatividade (Desafio: Espécie de gincana com prazo determinado para cumprir as atividades com perguntas sobre a temática abordada. Exemplo: Vocês terão cinco minutos para lançar os quadrinhos que produziram em casa na plataforma).

Avaliação:
Processual – ao final de cada aula passa a tarefa e avalia se houve entendimento, a prática é a chamada Avaliação 180º.




Análise:
A proposta de elaborar Sequências Didáticas para nortear o processo de ensino e aprendizagem é discutido e analisado por Zabala (2010). Ele destaca essa prática como instrumento eficaz para encaminhar processos que contemplem a aprendizagem significativa, isto é, a possibilidade de estabelecer relações não-arbitrárias entre o que o  estudante “já sabe e  o que deve aprender” .

Na medida em que podem se estabelecer estas relações, quer dizer, quando a distância entre o que se sabe e o que se tem que aprender é adequada, quando o novo conteúdo tem uma estrutura que o permite, e quando o aluno tem certa disposição para chegar ao fundo, para relacionar e tirar conclusões (Ausubel, Novak e Hanesian, 1993), sua aprendizagem é uma aprendizagem significativa que está de acordo com a adoção de um enfoque profundo. (Zabala, 2010, p.37)

Para Zabala (2010, p. 18), a elaboração, o planejamento e a devida condução das sequências didáticas são determinantes para que os docentes alcancem resultados satisfatórios da sua práxis pedagógica e contribuam para o desenvolvimento de competências e habilidades dos discentes no processo de ensino e aprendizagem: “as sequências de atividades ou didáticas¹ são os principais paradigmas para analisar a intervenção pedagógica, pois permitem o exame e a avaliação considerando todo o processo, o qual inclui as fases de planejamento, aplicação e avaliação”.

Elaborar uma Sequência baseada na explanação do tema Gênero jornalístico e o jornalismo do século XXI, a depender das atividades propostas e da forma de condução das mesmas, pode contribuir para a constituição crítica dos sujeitos.

A SD em análise foi pensada para os estudantes do Ensino Médio Integrado de Eletromecânica do 3º ano.

A professora ao iniciar sua fala afirmou que um dos principais objetivos da SD era desenvolver a habilidade de interpretação de texto, já que os discentes apresentavam dificuldade de compreensão leitora. Todavia, este objetivo não estava explícito no planejamento nem tampouco contemplado nas atividades propostas.

Nesse sentido, seria pertinente elaborar propostas que envolvessem os aprendentes com a leitura e interpretação de texto em cada etapa. Uma das possibilidades seria propiciar a leitura de reportagens do mesmo tema em diferentes jornais, estabelecer comparações e análises sobre o princípio de imparcialidade no jornalismo, estas pautadas por questões cuidadosamente elaboradas pelo professor para direcionar a análise crítica.

 Atividades que envolvessem o exame do Artigo de opinião e carta do leitor seriam de grande valia para os estudantes do 3º ano, pois eles aprimorariam a percepção sobre a construção argumentativa.
               
                Outro aspecto importante, diz respeito ao conhecimento de gêneros pertencentes à esfera jornalística, nas modalidades impressa e digital: manchete, anúncio classificado, anúncio publicitário, chamada, notícia, legenda, entrevista, tabela, reportagem, gráfico, carta do leitor, editorial, crítica, artigo, resenha, crônica, tira, propaganda, resenha crítica.

                É importante que o educador promova a socialização das características desses gêneros com os estudantes de forma ampla e então proponha, num segundo momento, um recorte, uma seleção dos gêneros que serão explanados com maior profundidade.  Essa abordagem também contribuirá para atingir o objetivo geral de compreender o gênero jornalístico.

                Uma sugestão para explorar as peculiaridades desses textos, seria apresentá-los enfocando temas de interesse para os discentes, dividi-los para a análise e distribui-los para pequenos grupos de alunos. Cada grupo estaria munido de um roteiro para nortear a identificação das características de cada gênero e posteriormente socializariam com a turma os aspectos distintivos de cada tipo de texto contido no jornal escrito e digital.

 Assim teriam uma visão ampla da diversidade textual do jornal e poderiam atuar na análise e escrita dos gêneros selecionados pelo professor para a estruturação do jornal digital.

A SD contempla em seus objetivos essa elaboração do jornal digital, mas as descrições das atividades contrastam com essa informação, já que o processo de construção do jornal digital não é abordado.

As proposições sobre conhecer a História do jornal, a sua função social de informar e formar opiniões, de manipular, distorcer fatos e situações estão contempladas com os documentários, filme sugerido, visita guiada ao Correio Braziliense, bate papo com jornalista e designer, tribunal e rodas de conversa que se sucederão a essas atividades. É necessário, portanto, elaborar um roteiro para guiar os estudantes na execução de cada atividade proposta, pois esse mecanismo será um propulsor, fomentador da reflexão crítica e da construção e/ ou ampliação das perspectivas sobre as informações explanadas.

As atividades supracitadas requerem também um maior envolvimento com a área técnica do curso de Eletromecânica, pode-se explanar a História e evolução da prensa mecânica desde Gutenberg até os dispositivos atuais. Outra relação a ser elucidada é um quadro comparativo com as características da imprensa tradicional e da digital. É necessário que esse trabalho com a área técnica esteja contemplado nos objetivos.

 Esse diálogo com diferentes campos do conhecimento é essencial, visto que retoma o objetivo macro do ensino: a formação integral do sujeito, Zabala (2010, p.40) enfatiza que “a forma de propor as atividades de ensino será a que permita a máxima inter-relação entre os diferentes conteúdos”.

A SD faz uso de diversas metodologias ativas com o propósito de envolver os discentes, fomentar a participação e atingir os objetivos desejados, no entanto, deve-se tomar cuidado com o excesso dessas propostas, visto que demandam muito tempo para execução, portanto, podem extrapolar a delimitação de aulas estabelecida pelo planejamento e acabar não contribuindo para atingir os objetivos desejados.

Dessa maneira, refletir sobre a pertinência ou não de certos instrumentos contribui para uma seleção mais criteriosa desses mecanismos e ajuda significativamente na atuação do professor e estudantes no processo educativo. Zabala (2010) afirma que o professor precisa pautar suas intervenções pedagógicas no exame minucioso do que é mais adequado para a realidade em que atua

 pôr sobre a mesa os instrumentos que nos permitam introduzir diferentes formas de intervenção aquelas atividades que possibilitem uma melhora de nossa atuação nas aulas, como resultado de um conhecimento mais profundo das variáveis que intervêm e do papel que cada uma delas tem no processo de aprendizagem dos meninos e meninas(ZABALA, 2010, p.54)

                Nessa perspectiva, Zabala (2010, p.56) ainda evidencia o perigo do professor “cair no denominado falso ativismo”, por isso a necessidade do docente ter uma percepção clara das possibilidades e do sentido das atividades para cada fase do processo.

                Assim, atividades da SD também devem estar muito bem relacionadas, de forma a possibilitar a visualização de todo o processo numa sequência de propostas pontuais e significativas, segundo Zabala (2010, p.17) deve haver uma “visão processual da prática, em que estão estreitamente ligados o planejamento, a aplicação e a avaliação".

                A avaliação é outro mecanismo que precisa refletir não apenas um momento no processo, mas todo ele, por isso deve ser gradual, pautada numa percepção clara sobre a situação do educando antes da execução da SD e no acompanhamento do seu progresso ou não no decorrer das atividades propostas, sempre contando com intervenções adequadas para suprir as lacunas e carências apontadas.
                A avaliação formativa centra-se não apenas no resultado obtido, mas no processo que culminou no alcance desses resultados, a esse respeito Zabala esclarece 

Trata-se de reconhecer o trabalho bem feito, mas sobretudo o esforço realizado, fazendo-os ver as dificuldades que tiveram que solucionar e os meios de que dispuseram. Enfim, respeitar o fato diferencial é uma medida-chave para promover a atitude favorável para continuar aprendendo e para melhorar o conhecimento dos processos pessoais de aprendizagem. Com esta finalidade será necessário apresentar atividades de avaliação nas quais seja possível atribuir os êxitos e os fracassos da aprendizagem a motivos modificáveis e controláveis, como fórmula para entender que é possível avançar quando se realiza o trabalho e o esforço suficientes para consegui-lo (ZABALA, 2010, p.104).

                As propostas que nortearão a realização da avaliação formativa devem ser discriminadas a cada etapa do processo, é relevante inserir o estudante no processo de avaliação para que ele estabeleça seus avanços e necessidades.

                Cabe ressaltar a importância que os conhecimentos factuais, procedimentais, conceituais e atitudinais estejam discriminados na SD para orientar a execução das atividades e as metas a serem alcançadas.

1- São um conjunto de atividades ordenadas, estruturadas e articuladas para a realização de certos objetivos educacionais, que têm um princípio e um fim conhecidos tanto pelos professores como pelos alunos. ( Zabala, 2010, p.18)


quarta-feira, 8 de maio de 2019

Para reflexão da práxis pedagógica:

'Educar pela pesquisa- Pedro Demo'



Práticas Educativas – um diálogo constante
Diário de aprendizagem
Quinta- feira, 11 de abril de 2019

A aula começou com a apresentação do grupo do Roberto, Blezer, Gabrielle e Jéssica sobre a Sequência Didática




Nesse dia, revisamos o Parecer em resposta ao IFB a respeito da consulta sobre a adaptação curricular do Curso Técnico Integrado à Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Todavia, houve rodízio entre os componentes dos grupos, proporcionando novas formações e experiências.

Segue o resultado das discussões:

INTERESSADO: Instituto Federal de Brasília (IFB)
ASSUNTO: O IFB encaminha consulta sobre a adaptação curricular do curso técnico integrado à Base Nacional Comum Curricular (BNCC) REVISADO
RELATORES: Roberto Ramos e Ricardo Blezer + Safira Micaelle e Fabiana Leite
DATA DE APROVAÇÃO: 28/03/2019

I – RELATÓRIO
  1. Histórico
                          Ao analisar o Plano do Curso Técnico em Hospedagem Integrado ao Ensino Médio do Instituto Federal de Brasília, (IFB) – Campus Riacho Fundo, constatou-se uma aparente falta de revisão textual pelo número de troca de referência do nome do curso pelo de Técnico em Cozinha, também oferecido no Campus, bem  como anotações de diagramação não eliminadas do texto.   
                          Em se tratando da seção Perfil do Egresso, verificou-se, na listagem de “Competências”, uma preocupação salutar com o currículo oculto: o rol daqueles conteúdos, normalmente,  procedimentais e, sobretudo, atitudinais, que são ensinados na escola sem estarem explicitados nos ementários. Isso revela uma concepção curricular que não se resume aos conteúdos cognitivos, tradicionalmente privilegiados nos currículos escolares (Zabala, 1998).   
                           Nesta perspectiva, o plano preconiza algumas estratégias em consonância com o conceito de autonomia presente nas “Competências”, a saber: a divisão dos alunos em grupos de orientação (até 10 alunos) sob responsabilidade de um professor-orientador; e a obrigatoriedade de adoção do instrumento avaliativo de um portfólio a ser produzido durante todo o curso. Tais estratégias revelam uma concepção de currículo com conteúdos transversais; no entanto, a estrutura do ementário não comporta o registro desta concepção essencial para um educação integral.
                      No âmbito da formação técnica do aluno, observou-se a não obrigatoriedade de estágio como pré-requisito para obtenção de certificado de conclusão do curso.           
               No tocante à avaliação, percebeu-se que as propostas (instrumentos) apresentadas dialogam com as competências elencadas.  

2.                  A Base Nacional Comum Curricular

             No que concerne à Base Nacional Comum Curricular, ressalta-se  que as competências previstas podem ser vislumbradas ao longo de todo o Plano de Curso. Há evidências de preocupação com aspectos importantes para a formação integral como a valorização dos conhecimentos prévios dos alunos, assim como com o exercício da criatividade (como no caso da construção do portfólio, em que os discentes têm a autonomia de fazê-lo da forma como considerarem mais apropriado, de acordo com seus próprios interesses e desenvolvimento).
              Da mesma forma, há previsão de uso e valorização de diferentes linguagens e de saberes e vivências culturais distintas, o que pode ser percebido nas ementas de diferentes disciplinas.
              Ao elencar como competência “Demonstrar responsabilidade social e ambiental”, o Plano de Curso contempla competência trazida pela BNCC, ao remeter a aspectos como a promoção de direitos humanos, consciência socioambiental e consumo responsável, em consonância com a concepção de formação integral.  
              Finalmente, a competência 10, referente ao papel de cidadão crítico, atuante e solidário, da BNCC está, coerentemente, refletida em diversas das competências apresentadas pelo perfil do egresso.

II – ENCAMINHAMENTO DOS RELATÓRIOS
Em             Em vista do apresentado, elencam-se as seguintes considerações:

a.                  A falta de revisão textual evidencia uma possível falha na compreensão e implementação do conceito de Integração, uma vez que os traços de cópia e colagem de textos e estruturas no plano de curso revelam uma simetria entre os cursos técnicos de Cozinha e Hospedagem que não se coadunam com um concepção de integração verdadeira.    
b.                        A estrutura de tabela do ementário deve ser adaptada para incluir os conteúdos (procedimentais e atitudinais) transversais de forma clara, para que quando um professor for se referir ao ementário, fique claro que estes conteúdos devem ser ensinados, conforme considerações de Zabala (1998).    
c.                       Apesar das competências pessoais almejadas para o aluno dialogarem com a BNCC, percebe-se que elas estão em desacordo e em dissonância com as ementas, uma vez que estas não explicitam os conteúdos procedimentais e atitudinais implícitos na descrição do perfil do egresso.
d.                  Embora esteja prevista a organização de orientação por grupos e a atividade avaliativa do portfólio, tais estratégias precisam ser materializadas por meio de recursos de espaço e tempo, ou seja, precisam ser contempladas na grade horária, para garantir meios para sua efetiva realização. Caso contrário, corre-se o risco do portfólio ser desvirtuado/fragmentado e da orientação por grupos não se concretizar.
e.                     Na ausência da exigência do estágio, recomenda-se explicitar formas compensatórias de conteúdos procedimentais para assegurar a formação técnica no ementário, transversais ou não.  

Considerando Sacristan (2013), o currículo, sendo mediado pelo entendimento de professores e os materiais didáticos, corre o risco de ser interpretado de maneira diversa da proposta no plano de curso, de forma que os resultados educacionais não reflitam as intenções iniciais. Isto posto, há um importante consideração que, apesar de não estar diretamente atrelado ao âmbito do Plano do Curso, deve ser ponderada. Recomenda-se a adoção de mecanismos que promovam uma cultura escolar a qual proporcione o alinhamento dos professores em torno de uma concepção integrada de educação e de uma concepção integrada do currículo. No âmbito da organização institucional deve-se promover espaços e tempos de encontros e de estudo e capacitação para um maior alinhamento e construção de identidade da equipe pedagógica em prol dos princípios subjacentes ao Plano de Curso. Dessa maneira, propicia-se condições para uma coerência metodológica por parte dos professores, que são um dos atores que consubstanciam a proposta pedagógica representada no Plano de Curso.     


 No segundo momento, assistimos ao vídeo 'Educar pela pesquisa'- Pedro Demo, após seguiu-se uma discussão e depoimentos sobre o processo de aprendizagem.
Hora de reflexão e partilha de experiências!!!!














Práticas Educativas – um diálogo constante
Diário de aprendizagem
Período que antecedeu o encontro de 11/04

No período que antecedeu o encontro de 11/04, uma das atividades que realizamos foi repensar a Sequência Didática e adequá-la a um formato mais didático.
Seguindo as orientações abaixo:


Segue o resultado das discussões:

Unidade Curricular: Práticas Educativas na Educação Profissional e Tecnológica
Docentes: Veruska Ribeiro Machado, Marcelo de Faria Salviano, Debora Leite Silvano, Rosa Amélia Pereira da Silva
Discentes: Fabiana Leite, Glayce Helena, James Figueiredo, Maria do Carmo

Sequência Didática: Conto de Escola de Machado de Assis

1- Série: 2º ano (Ensino Médio/Ensino Médio Integrado)

2- Áreas do conhecimento:
Literatura, História, Sociologia, Tecnologias da Informação e Comunicação, Matemática.

3- Conteúdos:
Letramento literário, estratégias de leitura;
Circunstâncias históricas presentes no conto: fim do império, Abolição da escravatura e Proclamação da República;
Circunstâncias históricas do Brasil atual (comparativos entre a educação no século XIX e hoje);
Vida e obra de Machado de Assis;
Métodos de resolução de problemas e pensamento computacional;
Estruturas de controle e de repetição;
Programação por blocos;

4- Objetivos: (O que pretendemos que os alunos aprendam com essa SD?)

* Estabelecer relação entre a tese e os argumentos oferecidos para sustentá-la;
* Identificar a tese de um texto;
* Inferir  informações implícitas no texto;
* Estabelecer relação causa/consequência entre partes e elementos do texto;
* Identificar o conflito gerador do enredo e os elementos que constroem a narrativa;
* Refletir sobre as principais questões discutidas no conto, estabelecendo paralelos com a realidade social;
* Estabelecer comparativos entre a educação no século XIX e hoje, analisando os dados históricos;   

* Ampliar as percepções dos conceitos abordados no texto a partir da participação efetiva nas atividades propostas;
* Entender o recurso de releitura de uma obra literária e aplicá-la de forma lúdica no contexto das tecnologias digitais;
* Compreender a importância do trabalho em equipe, empatia, compreensão, divisão de tarefas, organização, etc;
* Compreender conceitos matemáticos (coordenadas, variável e números aleatórios);
* Perceber o processo de concepção (design);
* Aprender técnicas de resolução de problemas com o uso do pensamento computacional e com isso melhorar a fluência nas tecnologias digitais.
* Utilizar a programação por blocos para conhecer estruturas de controle e de repetição;

5- Duração: 15 aulas de 50 min

6- Recursos didáticos: Texto, data show, internet, laboratório de informática equipado com computadores e o Scratch instalado ou com acesso à Internet.

7- Estratégias:

7.1  Atividades (5 aulas de 50 min)

Atividade 1

Leitura do conto: Conto de escola, Machado de Assis;

Contextualização: 50 min (Brainstorming: técnica de discussão em grupo que se vale da contribuição espontânea de ideias por parte de todos os participantes, no intuito de resolver algum problema ou de conceber um trabalho criativo ( registrar no quadro as contribuições) .

Sugestão:

* Apresentar no slide nomes de algumas obras (exemplo:Dom Casmurro / O alienista / Memórias póstumas de Brás Cubas) e alguns personagens ( exemplo: Capitu, Bentinho) mais célebres de Machado de Assis.
* Indagar se os alunos ouviram/ conhecem alguma das obras e/ou personagens registrados no slide.
* A partir das respostas, estabelecer uma conversa com os educandos, direcionando o diálogo para que os estudantes digam quem escreveu as obras mencionadas.
* Pedir para os discentes citem  o que leram, as impressões que tiveram do contato com Machado de Assis.
* Caso os discentes não lembrem o nome de Machado de Assis, o docente cita-o e retorna para os educandos buscando informações para enriquecer o diálogo.

* Registrar no quadro a síntese das informações que os estudantes sabem sobre a vida e obra de Machado de Assis.

* Enriquecer o diálogo apresentando os principais acontecimentos e obras da vida de Machado, expondo fotos no data show.

Para mais informações de Machado de Assis: www.dominiopublico.gov.br

Machado de Assis é um dos maiores escritores da literatura¹ brasileira, ele escreveu em vários gêneros²:  contos, poesias, romances. O texto que vamos ler é um conto³. Quem gosta de ler contos? O que é um conto?

Vale a pena relembrar o que é Literatura e sua importância:

A Literatura, como produção humana, está intrinsecamente ligada à vida social, assim compreende-se que ela é criada dentro de um contexto; numa determinada língua, dentro de um determinado país e numa determinada época, onde se pensa de certa maneira; portanto, ela carrega em si marcas desse contexto. (SILVA, 2003, p.123 in Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná, 2007, p 36).

Gênero: Sempre que produzimos textos orais ou escritos atendemos determinada situação e finalidade, exemplo: e-mail, diário, resenha, conto, receita de bolo, esses textos possuem uma estrutura própria que se repete a isso damos o nome de Gênero textual.


Conto: é uma narrativa curta, o tempo e o espaço são reduzidos, as poucas personagens existem em razão de um núcleo. É a narrativa de um fato/ situação ocorrida na vida dos personagens. O tempo pode ser cronológico ou psicológico e o caráter real ou fantástico.


Atividade 2: 30 min

Na aula seguinte, apresentar o conto e continuar a ativação dos conhecimentos prévios sobre o texto

Levantamento de conhecimento prévio:

Levantamento de conhecimentos prévios dos alunos sobre o assunto, de acordo com os pressupostos apontados por Rojo (2009: 77, 78). Iniciar a atividade com as estratégias de antecipação das informações e ativação de conhecimentos prévios sobre o texto.

Ativação dos conhecimentos prévios

1. A que nos remete o título do conto?
2. O título cria expectativas sobre o tema? Sobre o que se fala num “Conto de
Escola”?
3. O título traz informações suficientes para que possamos descobrir, de imediato, qual
o assunto tratado por Machado de Assis nesse conto? Justifique a sua resposta.

Atividade 3: 20 min

Há possibilidades a seguir, o professor deve escolher considerando as peculiaridades da turma em que atua.

I- Leitura silenciosa pelo aluno, leitura em voz alta pelo professor e/ou compartilhada.
II- Outra possibilidade também é utilizar a sala de aula invertida, o aluno lê previamente o texto em casa e em sala os grupos fazem uma leitura dramatizada do mesmo .

Atividade 4: 100 min

Em grupos, confirmar ou refutar as hipótese levantadas anteriormente.
1. Suas expectativas foram confirmadas? Por quê?
2. O título do conto é pertinente em relação às ideias (assunto) apresentadas no
texto?
3. Qual a temática desenvolvida por Machado de Assis neste conto? Busque, no
texto, elementos que comprovem sua resposta.
4- Visitar coletivamente o site abaixo, projetá-lo no slide e ler com os alunos um texto informativo sobre a como era o ensino nas escolas do século XIX?


5- Solicitar que os estudantes enumerem semelhanças e diferenças que observam entre o ensino praticado no século XIX e o do século XXI.

 O professor enriquece essas falas, paulatinamente, acentuando os avanços, recuos, significado da educação e dos tempos e modos escolares, como era a escola no século XIX e como é hoje

Nesse ponto pode-se falar sobre o contexto histórico de cada experiência e como isso impacta no subjetivo dos sujeitos - exemplo: a educação era para todas e todos?

 O professor deve situar os educandos com relação a outros fatos históricos da época, enfatizar que a literatura nos permite voltar ao passado e refletir sobre costumes da época em que o escritor está inserido. Nesse conto, a história narrada tem como contexto histórico o fim do Império, a Abolição dos Escravos e a Proclamação da República.

Fontes de estudo:

* A escravidão africana no Brasil (1949), de Maurício Goulart;
 * A integração do negro na sociedade de classes (1964), de Florestan Fernandes;
 * O abolicionismo(1883), de Joaquim Nabuco;
* Casa grande e senzala (1933), de Gilberto Freyre;
* Do Império à República (1972), de Sérgio Buarque de Holanda ( a obra abrange a fase 1868-1889, explora o funcionamento da administração e da vida política, os dilemas do poder e as particularidades do parlamentarismo brasileiro).

Atividade 5: 50 min

Em roda de conversa, conversar a respeito dos elementos da narrativa:
Personagens, os lugares onde os fatos acontecem, o momento, o narrador.
.O foco narrativo (é o ponto de vista que o narrador se utiliza para contar um fato):  Como o narrador conta o fato? Ele participa das ações ou somente conta a história?
Quais as principais questões levantadas pela narrativa? As questões são pertinentes, importantes? Relacionam-se a nossa realidade? De que forma? Elas precisam ser discutidas? Por quê? ( O professor pode abordar questões como: 1- Escola hoje - lugar de aprendizagens significativas, interessantes para o estudante? Por quê? Como alcançar a situação mais propícia às aprendizagens? 2- Corrupção e delação 3- Papel do professor.

7.2- Problematização/ contextualização: 2 aulas de 50 min

Atividade 5: 50 min
Para pensar
Atividades para serem desenvolvidas em grupo:

O narrador, personagem central, não tem acesso ao estado mental das demais personagens. Narra de um centro fixo, limitado quase que exclusivamente às suas percepções, pensamentos e sentimentos. Ele conta o primeiro contato com a corrupção e a delação num ambiente (escola) que deveria aproveitar essas situações e desenvolver a ética, empatia, colaboração. Considerando esses fatos, reflitam: ( Essa atividade deve ser desenvolvida em grupo)

I- Como Policarpo poderia usar a situação- conflito envolvendo os meninos para desenvolver e ampliar as percepções, princípios, padrões e mudar comportamentos. Escreva, coletivamente a condução que vocês dariam ao conflito.

II- Explicar o que consideram corrupção. Explicar se ela está presente em nossas vidas, no dia a dia?

Resolução do problema: 1 aula de 50 min

Exposição/ discussão das reflexões propostas na problematização/ contextualização.

Destacar as impressões, posicionamentos que tiveram da leitura da cartilha .“O que você tem a ver com a corrupção” a respeito das circunstâncias, situações abordadas.

7.3- 1 aula de 50 min

Após as percepções descritas acima, os estudantes devem ler no suporte virtual a cartilha “O que você tem a ver com a corrupção”. ( Levar os educandos ao laboratório de informática)


7.4- Ampliação do conhecimento: 1 aula de 50 min

Atividade extraclasse: 50 min
( Dividir a turma em grupos. Sugestão: 8 grupos de 5 alunos).Cada um pesquisará uma das questões que seguem, os itens pesquisadas podem se repetir:

Exemplos sobre os impactos da corrupção na prestação dos serviços públicos.


Explique o que é a Lei de acesso à informação ?  Como essas informações podem auxiliar os cidadãos.


Soluções para combater a corrupção no Brasil.



Fatores que levaram a Previdência Social a crise. (De acordo com o pessoal da auditoria cidadã da dívida, não existe crise na seguridade social, ela é superavitária: adjetivo - Que ocasiona ou contém superávit; em que há diferença, para mais, entre a despesa e o que foi arrecadado, valor recebido:






 Observação: Os sites citados são apenas sugestões, devendo o professor realizar novas pesquisas para enriquecer o trabalho.

Deixar que as alunas e os alunos encontrem as informações, façam o contraponto e possam construir o conhecimento a partir de suas próprias inferências.
            ( Acompanhamento e orientação do professor no decorrer da pesquisa)

Para casa:

Cada aluno deve sistematizar as informações pesquisadas e preparar-se para a exposição.

7.5- Sistematização: 2 aula de 50 min

Roda de conversa para a exposição dos resultados do trabalho de cada grupo.

7.6 - Releitura do Conto de Escola de Machado de Assis com a utilização de uma animação interativa com o Scratch: (4 aulas de 50 minutos)

Passo 1 (50 min): Organize os alunos em um semicírculo para explicar a proposta da atividade, principalmente os aspectos que circundam a releitura¹. Os alunos serão divididos em grupos de no mínimo 3 e no máximo 4 pessoas (em uma turma de 32 alunos teríamos no máximo 10 e no mínimo 8 grupos ( O educador deve adaptar, segundo a sua realidade). É importante neste momento informar os critérios para a  autoavaliação para essa etapa(4) - animação interativa com o Scratch² e quais os objetivos³ devem ser alcançados.

1- Fontes que versam sobre Releitura:





3- Relembre os objetivos com o educandos:

Compreender a importância do trabalho em equipe, empatia, compreensão, divisão de tarefas, organização, etc;
Compreender conceitos matemáticos (coordenadas, variável e números aleatórios);
Perceber o processo de concepção (design);
Aprender técnicas de resolução de problemas com o uso do pensamento computacional e com isso melhorar a fluência nas tecnologias digitais.
Utilizar a programação por blocos para conhecer estruturas de controle e de repetição;

4- Autoavaliação: A avaliação se dará por ficha individualizada que constará de tópicos que versam sobre a capacidade de desenvolver trabalho em grupo e por ficha individualizada para auto avaliação dos alunos. A ficha pode ser encontrada em <https://forms.gle/XmWEWTF2LpyDFFpP9>

Essa avaliação  será realizada no decorrer do processo de construção da animação e consta na ficha de avaliação final explicitada no tópico: Avaliação


Passo 2 (50 min): Com os alunos já compondo seus grupos, contextualizar como deverá ser feito  com um breve Brainstorm de ideias baseado nos conhecimentos prévios para compor a animação interativa da releitura. Peça para os alunos levantarem os tópicos que conterão a animação, os atores e os cenários. Os educandos devem  criar, com o auxílio do professor, uma pasta compartilhada na nuvem para facilitar a construção em equipe¹.

1- Tutorial para criar pasta na nuvem



 Realizar Autoavaliação explicitada no  7.6


Passo 3 (1h50): Após passo 2 e discussão em grupo, chegou a hora de animar e virtualizar utilizando o Scratch, linguagem de programação por blocos, criada pelo MIT para ensinar programação a pessoas a partir dos 8 anos de idade. No link a seguir é possível acessar o ambiente de programação online <https://scratch.mit.edu/>. Antes de iniciar a programação é necessário organizar os cenários e atores que serão utilizados para compor a releitura proposta. O compartilhamento será divido em duas etapas, a primeira será o compartilhamento na comunidade online do Scratch, para isso a animação deverá estar publicada num blog da turma, construído pelo professor para socializar os trabalhos. Na segunda parte poderá ser proposto que cada grupo apresente no tempo de 10 minutos os resultados obtidos com seu trabalho e ao final promover um debate para reflexão e autorreflexão.

Autoavaliação: A avaliação se dará por ficha individualizada que constará de tópicos que versam sobre a capacidade de desenvolver trabalho em grupo e por ficha individualizada para auto avaliação dos alunos. A ficha pode ser encontrada em <https://forms.gle/XmWEWTF2LpyDFFpP9>


8- Avaliação (Como ela acontece na sequência de atividades):

Avaliação 1 ( No decorrer do processo: 50%):
Os alunos serão avaliados a partir da participação, integração, colaboração com o grupo de trabalho. O professor durante o acompanhamento desses grupos observa, conversa, orienta, detecta eventuais desajustes, registra-os e compartilha-os com o grupo, oportunizando sempre possibilidades para a inclusão e participação de todos na pesquisa. Nesse sentido, é importante o professor orientar a divisão de tarefas.

Avaliação 2 (Apresentação da Releitura - Animação Scratch 40%)

Avaliação 3 ( Autoavaliação 10%)

8.1- Critérios para realizá-la:

Atividade
Pontuação/Peso
Cronograma
Participação nos debates e rodas de conversa;
20
Todas as aulas
Processo de construção da animação Scratch
30
Durante o processo com a ficha específica exposta acima.
Apresentação da Releitura - Animação Scratch
40
Aulas específicas
     4- Autoavaliação
10
Preenchimento da avaliação explicitada no Passo 3

8.2 - Atividade
Exposição dos resultados do trabalho para a comunidade escolar: Animação interativa com o Scratch será apresentada em evento como Feira de Ciências, Reunião de pais e mestres ( momento de acolhimento)

O texto: Conto de escola pode ser acessado no link abaixo:



Referências Bibliográficas:

Rojo, Roxane. Letramentos múltiplos, escola e inclusão social. São Paulo: Parábola Editorial, 2009.