sexta-feira, 21 de junho de 2019


Práticas Educativas – um diálogo constante
Diário de aprendizagem
Quinta- feira, 13 de junho de 2019








Protótipo -  Sequência didática

Tema:
O uso das novas tecnologias de informação e comunicação (TICs) como recurso didático facilitador da aprendizagem no Proeja: uma perspectiva dos multiletramentos.

Objetivo geral:
Utilizar as novas tecnologias de informação e comunicação para a prática de multiletramentos no PROEJA.

Objetivos específicos:
ü  Proporcionar práticas educativas voltadas para os multiletramentos por meio da utilização do computador;
ü  Estimular a inserção social e digital dos alunos do PROEJA;
ü  Estimular a participação dos alunos quanto à construção da sua aprendizagem;
ü  Favorecer a construção e/ou fortalecimento da identidade do curso Técnico em Artesanato;
ü  Discutir as diversas formas de exclusão social e cultural no mundo do trabalho.

Áreas do conhecimento:
ü  Códigos e linguagens
ü  Informática
ü  História
ü  Sociologia

Recursos didáticos:
ü  Quadro
ü  Pincel
ü  Computador
ü  Data Show
ü  Internet

Duração:
ü  Sete aulas duplas de cinquenta minutos

Aula 1: avaliação diagnóstica
1ª ATIVIDADE

ü  Apresentar o Vídeo “História do Artesanato no Brasil: dominando a Arte 1” (3.24 min) e, em seguida, realizar um debate com a turma.
ü  Discutir com a turma o surgimento do artesanato – roda de conversa;
Questões temas:
  • Qual a sua importância para a constituição da humanidade?
  • Como essa modalidade de produção surgiu e o uso que o homem fez dela para garantir sua própria existência?
  •  Levantar questionamentos sobre as influências que as novas tecnologias da informação e comunicação exercem no modelo de sociedade atual?
  •   Relacionar o campo de atuação dos artesãos com as TICs.
  •   Discutir a influência das novas tecnologias de informação e comunicação na formação de identidade dos grupos.

Aula 02: introduzindo o uso das TICs para uma prática dos multiletramentos
1ª ATIVIDADE

ü  Retomar as discussões da aula anterior, em uma roda de conversa, destacando as possibilidades de ascensão profissional e pessoal, por meio das TICs, o que motivará os alunos na busca pelo letramento digital.

2ª ATIVIDADE
ü  Levar a turma para o laboratório de informática para uma atividade (livre) de conhecimento do computador como recurso pedagógico, realizando pesquisas na internet e utilizando o editor de textos Word.

Aula 03: o uso das TICs para uma prática de multiletramentos
1ª ATIVIDADE

ü  Dando continuidade à aula anterior, no laboratório de informática, os alunos manusearão o computador (realização de pesquisas sobre o artesanato e/ou uso do Word ─ tudo mediado pelo professor).

Aula 04: práticas de leitura e escrita no Word
1ª ATIVIDADE

ü  Nessa aula, será sugerido aos alunos que utilizem o editor de textos Word para escreverem textos (dependerá do nível de letramento de cada um) que tenha relação com suas vivências de mundo.
ü  Espera-se, com essa atividade que os alunos do PROEJA percebam as possibilidades de comunicação social com a utilização das novas TICs.

Aula 05: análises críticas do PROEJA
1ª ATIVIDADE

ü  Em uma roda de conversa, estimular os alunos a refletirem sobre as contribuições do PROEJA em artesanato para a inclusão social, considerando suas visões enquanto alunos do curso.
  • levantar questões de cunho social, cultural e econômico;
  • Problematizar a educação integral do sujeito;
  • Discutir o papel do PROEJA na sociedade brasileira;
  • Possibilitar e instigar todos os alunos a apresentarem seus pontos de vistas;
  • Debater o papel da leitura e escrita para a inclusão social;
  • Possibilitar, aos alunos, expressarem suas visões a respeitos das atividades realizadas pela pesquisadora.
2ª ATIVIDADE

ü  Levar os alunos ao laboratório de informática e, a partir do debate em sala, solicitar que redijam um memorial, expressando o que significa para eles o retorno à sala de aula e, quais são suas expectativas para o mundo do trabalho e para a vida com a conclusão de um curso profissional em artesanato.
ü  Todos os trabalhos serão salvos para compor a avaliação.

Aula 06: práticas de leitura e escrita no e-mail
1ª ATIVIDADE

ü  No laboratório de informática, será apresentado para a turma, com o auxílio de um data show, uma conta de e-mail e as suas funcionalidades como sistema de comunicação eletrônica. Após a explanação das funcionalidades do correio eletrônico, os alunos serão auxiliados a criarem contas de e-mail individual.
2ª ATIVIDADE

ü  Após a etapa de criação, a pesquisadora solicitará aos alunos que troquem e-mail entre eles, tomando como tema o mundo do trabalho do artesão.

Aula 07: práticas de leitura e escrita no e-mail
1ª ATIVIDADE

ü  Nesta aula será dado continuidade às atividades de trocas de e-mails entre a turma, haja vista que a atividade se mostra complexa, uma vez que se trata de um público que tem pouca familiaridade com os recursos digitais, exigindo maior tempo para a construção de aprendizagens significativas.

AVALIAÇÃO
ü  A avaliação ocorrerá de forma processual, na qual serão observados os seguintes fatores:
       A entrega dos textos produzidos durante a sequência;
       O desenvolvimento de aprendizagens que contemplam o letramento digital;
       Desenvolvimento de habilidades de leitura e escrita;
       Desenvolvimento da capacidade argumentativa.

Análise da Sequência didática

O objetivo geral da SD é o uso das novas tecnologias de informações e comunicação (TICs) como recurso didático facilitador da aprendizagem no Proeja técnico em artesanato, numa perspectiva dos multiletramentos.

Cabe destacar, que o público desse segmento é composto, majoritariamente, por mulheres, com mais de 40 anos, que já trabalham com o artesanato e conhecem o word e o e-mail, pois há as disciplinas: Operador de micro I e II, com uma carga horária de 20 aulas para cada uma delas. Logo, é feito uma breve apresentação e explanação das ferramentas supracitadas.

Todavia, a professora Veruska Machado que atua no último módulo desde 2016, destacou que o trabalho realizado pelas disciplinas ainda é insuficiente, porque não atinge o letramento digital necessário para as discentes. Para que isso ocorresse seria fundamental que as TCIs permeassem todas as disciplinas do curso. Veruska Machado afirma já existir uma discussão no campus no sentido de que todas as disciplinas estejam perpassadas pelas TCIs.

Sendo assim, é importante definir para qual módulo será aplicada a Sequência Didática em questão, pois os primeiros módulos têm dificuldade de ligar o computador, manusear os periféricos; já as estudantes do último módulo já avançaram no letramento digital, visto que já participam de projetos que envolvem as TCIs.

A professora Veruska Machado relatou as experiências de projetos exitosos nesse segmento, usando as ferramentas:  Linkedin – para currículo e contatos profissionais;  Pixton – confecção de quadrinhos; Excel – com o Plano de negócios, controle financeiro.

A experiência compartilhada pela professora Veruska Machado sobre as possibilidades e potencialidades de trabalhos a serem desenvolvidos nesse segmento foram bastante elucidativas e corroborarão para redesenhar a abordagem e estratégias da SD.

Como as ferramentas abordadas pela SD foram o word e o e-mail, é pertinente propor o manuseio de outros recursos que reverberem, enfaticamente, no cotidiano profissional dessas estudantes. Voltando, assim, o olhar para as necessidades fundamentais desse público. Zabala (2010, p.79) afirma que as atividades propostas devem cumprir “uma série de requisitos para evitar que as aprendizagens estejam desvinculadas da capacidade de utilizá-las em outros contextos que não sejam os estritamente escolares”.

Atender esse ponto explicitado por Zabala é crucial para ressignificar a SD e abrir novas perspectivas para a abordagem de outras ferramentas, como o Blog, o Instagram para postar os textos produzidos e as fotos de todo o trabalho com as TICs.

Veruska Machado referendou suas orientações usando o princípio explicitado acima  por Zabala (2010), quando destacou a urgência de abordar na SD atividades que  fizessem sentido para as estudantes, não focasse nas dificuldades, nos entraves, nas limitações, pois estes serão facilmente superados se as discentes enxergarem significância e funcionalidade das atividades para o cotidiano delas. Essa fala da professora dialoga, também, com outras  afirmações de Zabala (2010):

Se a exposição é uma simples transmissão dos conteúdos que não guarda nenhuma relação com algum fato próximo à realidade experiencial e afetiva do aluno - como partir de alguma situação conflitante ou problemática -, os conteúdos do tema serão considerados somente como uma lição que é preciso conhecer para desempenhar-se com êxito na prova e não tanto como um conhecimento que é interessante possuir (p.64).
            Então, é essencial reafirmar que o conteúdo abordado tem que fazer sentido para os alunos e incorporar-se a sua realidade, por isso Zabala (2010, p.81) endossa que “as atividades devem partir de situações significativas e funcionais, a fim de que o conteúdo possa ser aprendido junto com a capacidade de poder utilizá-lo quando seja conveniente”.
            Dessa forma, a SD precisa definir estratégias para desenvolver a capacidade do uso social das TCIs integradas às práticas sociais de leitura e escrita – que configurem como necessárias para o público- alvo.
            Outro aspecto que precisa ficar claro na SD é a sua área de aplicação. Esta  pode operacionalizar suas atividades na disciplina de Língua Portuguesa a partir da escolha de algum gênero textual para explorar e a partir daí desenvolver um trabalho com as TICs ou optar por perpassar todas as disciplinas de Códigos e Linguagens: Língua Portuguesa e estrangeiras, Educação Física, Artes, Informática. Esse ponto precisa estar bem explicitado na proposta.
            As aulas que sugerem atividades livres para socialização com as TICs devem ser repensadas e reformuladas no sentido de propor atividades direcionadas. Pode-se, por exemplo, iniciar a SD com a produção de texto sugerida para o final da SD e assim sensibilizar, motivar, agregar identidade ao trabalho desenvolvido.
            Cabe ressaltar a premência da descrição dos conteúdos a serem explanados na SD.
            Um fator destacado pela professora Veruska Machado e que merece ser repensado diz respeito ao entendimento do termo Multiletramentos, explicitado no objetivo, e que se refere às múltiplas tecnologias, linguagens e culturas. No entanto, as propostas da SD não alcançam essa multiplicidade sugerida pelo termo. Por esta razão, a substituição do vocábulo por Letramentos atenderia melhor aos objetivos estabelecidos pela SD.
            Com os encaminhamentos sugeridos para a SD, será imperioso rever o número de aulas destinado à execução das atividades e a forma de condução da avaliação.

REFERÊNCIAS:
ZABALA, Antoni. A prática educativa: como ensinar / Antoni Zabala: tradução Ernani F. da F. Rosa - Porto Alegre: Artmed, 2010.

           
               

Um comentário:

  1. Fabiana, achei muito interessante o diálogo que você faz com a sequência didática retomando a discussão feita em sala e apoiando-se no referencial teórico, que, no caso desta análise, foi o Zaballa. Também destaco que as sugestões por você apontadas estão coerentes e podem contribuir para o aprimoramento da proposta. A escolha por organizar o diário de aprendizagem primeiramente com uma descrição da proposta e posteriormente apresentar a análise foi acertada, uma vez que facilitou a compreensão do leitor, que pode retomar a descrição para acompanhar seu parecer.

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