Práticas Educativas – um diálogo constante
Diário de aprendizagem
Quinta- feira, 21 de março de 2019
A aula foi pautada nas leituras dos
capítulos 3, 4 e 8 de do Livro A Prática Educativa: como ensinar de Antoni
Zabala.
O capítulo 3 discute e analisa as estratégias metodológicas utilizadas
em quatro sequências didáticas, assim incita a reflexão sobre a pertinência ou
não de certas atividades, Zabala destaca que é importante “reconhecer as
possibilidades e as carências de cada unidade, com o fim de que nos permita
compreender outras propostas e reconhecer, em cada momento, aquelas sequências
que se adaptam mais às necessidades educacionais de nossos alunos”( Zabala,
1998, p. 59).
Zabala aponta as potencialidades
e as lacunas das sequências didáticas, enfatiza que a função do professor deve
ser de estabelecer ponte entre o que o aprendiz já conhece e o que se deve
saber, prevendo e estimulando a ação autônoma do estudante. A empatia e a
comunicação também são elementos essenciais no processo de ensino e
aprendizagem. Nesse processo, o conteúdo tem que fazer sentido para os alunos e
deve ser incorporado a realidade deles.
Na análise das sequências destaca-se
o enfoque dado aos conteúdos conceituais, factuais, procedimentais e
atitudinais.
Os conteúdos conceituais referem-se ao conceito genérico do assunto
que se vai estudar.
Ex:
Conhecimento conceitual Conteúdos factuais
Conceito de rio ------------------- Nomes
dos rios
Corrente artística ---------------- Obras mais representativas
Segundo Zabala, nos conteúdos factuais o aprendizado dos
fatos se processa mediante a feitura de atividades, no intuito de integrá-los
nas estruturas do conhecimento, memória. Nesse sentido, o docente precisa
cumprir “uma série de requisitos para evitar que as aprendizagens estejam
desvinculadas da capacidade de utilizá-las em outros contextos que não seja os
estritamente escolares” (Zabala, 1998, p. 79), é preciso partir dos
conhecimentos prévios do estudante.
A dimensão procedimental refere-se a “Como ensinar?”, ou seja, diz
respeito à criação de mecanismos para reconhecer tanto as necessidades como
perceber as diversidades dos educandos, utilizando meios que possam suprir a
atender às necessidades dos aprendizes.
Zabala afirma que “as atividades
devem partir de situações significativas e funcionais, a fim de que o conteúdo
possa ser aprendido junto com a capacidade de poder utilizá-lo”.
Na dimensão atitudinal, o educando aplica na prática o que aprendeu.
Faz parte do processo de construção do conhecimento, da constituição de um
sujeito reflexivo, com percepção crítica sobre o mundo e uma intervenção
cidadã, acertada na interação com o outro e a sociedade.
O capítulo 4 traz contribuições sobre as relações interativas em sala
de aula: o papel dos professores e dos alunos, enfatizando o envolvimento
contínuo do professor e aluno nesse processo “A elaboração do conhecimento
exige o envolvimento pessoal, o tempo e o esforço dos alunos, assim como ajuda
especializada, estímulos e afeto por parte dos professores e dos demais
colegas. Ajuda pedagógica ao processo de crescimento e construção do aluno para
incentivar os progressos que experimenta e superar os obstáculos que encontra” (
Zabala, 1998, p. 97).
.
Sendo assim, o professor deve
estar ciente que tem uma função dentro da escola, na sociedade e na vida do
aluno, por isso ele deve desenvolver seu trabalho pautado nos seguintes princípios:
* Precisa diversificar
estratégias;
* Propor desafios que possam
gerar dúvidas, incentivar o aprendiz a buscar o conhecimento, respostas;
*Atender à diversidade dos
educandos- reconhecendo a heterogeneidade da turma;
* Abrir canais de comunicação
entre professor e aluno e entre aluno e aluno;
* Considerar as contribuições do
aluno;
* Dar sentido e significado as
atividades;
* Exigir dos alunos: análise,
síntese e avaliação;
* Proporcionar um ambiente favorável
à aprendizagem;
* Comunicar os objetivos da
atividade aos educandos;
* Potencializar a autonomia;
* Avaliar cada aluno conforme sua capacidade e
esforço.
Já o capítulo 8 discute a avaliação, expõe a perspectiva tradicional
sobre o tema e ressalta as novas visões e necessidades atuais, assim ressalta a
avaliação formativa como um modelo ético e democrático para acompanhar o
desenvolvimento dos estudantes e avaliar o aperfeiçoamento da prática
educativa. Para Zabala “A partir de uma opção que contempla como finalidade fundamental
do ensino a formação integral da pessoa, e conforme uma concepção
construtivista, a avaliação sempre tem que ser formativa, de maneira que o processo
avaliador, independentemente de seu objeto de estudo, tem que observar as
diferentes fases de uma intervenção que deverá ser estratégica. Quer dizer, que
permita conhecer que é a situação de partida, em função de determinados
objetivos gerais bem definidos (avaliação inicial); um planejamento da
intervenção; uma atuação na aula, em que as atividades e tarefas e os próprios
conteúdos de trabalho se adequarão constantemente (avaliação reguladora) às
necessidades que vão se apresentando para chegar a determinados resultados (avaliação
final) e a uma compreensão e valoração sobre o processo seguido, que permita
novas propostas de intervenção (avaliação integradora)” (Zabala, 1998, p. 201).
A partir dessas leituras,
recebemos, em grupos, a seguinte situação – problema:
Com a homologação da Base
Nacional Comum Curricular do Ensino Médio pelo MEC, quais são nossas intenções
educacionais ante essa nova realidade? O que pretendemos que os estudantes
aprendam, considerando as 10 competências gerais apresentadas no documento?
Com base no problema, foi
realizado um brainstorm. O problema foi colocado em um post-it no centro, e
abaixo dele, os integrantes do grupo colocaram ideias para a superação do
desafio. Cada post-it continha apenas uma ideia.
Na fase seguinte, deu-se a
análise das ideias e a reorganização das mesmas pelo critério de prioridade.
Depois desse trabalho, cada grupo
ficou com a função de formular uma sequência didática que contemplasse os
pontos apontados no brainstorm.
ZABALA,
A. A prática educativa: como ensinar. Porto Alegre: Artmed, 1998.