sexta-feira, 5 de abril de 2019


Práticas Educativas – um diálogo constante

Diário de aprendizagem

Quinta- feira, 21 de março de 2019


A aula foi pautada nas leituras dos capítulos 3, 4 e 8 de do Livro A Prática Educativa: como ensinar de Antoni Zabala.

O capítulo 3 discute e analisa as estratégias metodológicas utilizadas em quatro sequências didáticas, assim incita a reflexão sobre a pertinência ou não de certas atividades, Zabala destaca que é importante “reconhecer as possibilidades e as carências de cada unidade, com o fim de que nos permita compreender outras propostas e reconhecer, em cada momento, aquelas sequências que se adaptam mais às necessidades educacionais de nossos alunos”( Zabala, 1998, p. 59).

Zabala aponta as potencialidades e as lacunas das sequências didáticas, enfatiza que a função do professor deve ser de estabelecer ponte entre o que o aprendiz já conhece e o que se deve saber, prevendo e estimulando a ação autônoma do estudante. A empatia e a comunicação também são elementos essenciais no processo de ensino e aprendizagem. Nesse processo, o conteúdo tem que fazer sentido para os alunos e deve ser incorporado a realidade deles.

Na análise das sequências destaca-se o enfoque dado aos conteúdos conceituais, factuais, procedimentais e atitudinais.

Os conteúdos conceituais referem-se ao conceito genérico do assunto que se vai estudar.

Ex:
Conhecimento conceitual             Conteúdos factuais
Conceito de rio   -------------------    Nomes dos rios
Corrente artística  ----------------     Obras mais representativas

Segundo Zabala, nos conteúdos factuais o aprendizado dos fatos se processa mediante a feitura de atividades, no intuito de integrá-los nas estruturas do conhecimento, memória. Nesse sentido, o docente precisa cumprir “uma série de requisitos para evitar que as aprendizagens estejam desvinculadas da capacidade de utilizá-las em outros contextos que não seja os estritamente escolares” (Zabala, 1998, p. 79), é preciso partir dos conhecimentos prévios do estudante.

A dimensão procedimental refere-se a “Como ensinar?”, ou seja, diz respeito à criação de mecanismos para reconhecer tanto as necessidades como perceber as diversidades dos educandos, utilizando meios que possam suprir a atender às necessidades dos aprendizes.

Zabala afirma que “as atividades devem partir de situações significativas e funcionais, a fim de que o conteúdo possa ser aprendido junto com a capacidade de poder utilizá-lo”.

Na dimensão atitudinal, o educando aplica na prática o que aprendeu. Faz parte do processo de construção do conhecimento, da constituição de um sujeito reflexivo, com percepção crítica sobre o mundo e uma intervenção cidadã, acertada na interação com o outro e a sociedade.

O capítulo 4 traz contribuições sobre as relações interativas em sala de aula: o papel dos professores e dos alunos, enfatizando o envolvimento contínuo do professor e aluno nesse processo “A elaboração do conhecimento exige o envolvimento pessoal, o tempo e o esforço dos alunos, assim como ajuda especializada, estímulos e afeto por parte dos professores e dos demais colegas. Ajuda pedagógica ao processo de crescimento e construção do aluno para incentivar os progressos que experimenta e superar os obstáculos que encontra” ( Zabala, 1998, p. 97).
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Sendo assim, o professor deve estar ciente que tem uma função dentro da escola, na sociedade e na vida do aluno, por isso ele deve desenvolver seu trabalho pautado nos seguintes princípios:

* Precisa diversificar estratégias;

* Propor desafios que possam gerar dúvidas, incentivar o aprendiz a buscar o conhecimento, respostas;

*Atender à diversidade dos educandos- reconhecendo a heterogeneidade da turma;

* Abrir canais de comunicação entre professor e aluno e entre aluno e aluno;

* Considerar as contribuições do aluno;

* Dar sentido e significado as atividades;

* Exigir dos alunos: análise, síntese e avaliação;

* Proporcionar um ambiente favorável à aprendizagem;

* Comunicar os objetivos da atividade aos educandos;

* Potencializar a autonomia;

 * Avaliar cada aluno conforme sua capacidade e esforço.

Já o capítulo 8 discute a avaliação, expõe a perspectiva tradicional sobre o tema e ressalta as novas visões e necessidades atuais, assim ressalta a avaliação formativa como um modelo ético e democrático para acompanhar o desenvolvimento dos estudantes e avaliar o aperfeiçoamento da prática educativa. Para Zabala “A partir de uma opção que contempla como finalidade fundamental do ensino a formação integral da pessoa, e conforme uma concepção construtivista, a avaliação sempre tem que ser formativa, de maneira que o processo avaliador, independentemente de seu objeto de estudo, tem que observar as diferentes fases de uma intervenção que deverá ser estratégica. Quer dizer, que permita conhecer que é a situação de partida, em função de determinados objetivos gerais bem definidos (avaliação inicial); um planejamento da intervenção; uma atuação na aula, em que as atividades e tarefas e os próprios conteúdos de trabalho se adequarão constantemente (avaliação reguladora) às necessidades que vão se apresentando para chegar a determinados resultados (avaliação final) e a uma compreensão e valoração sobre o processo seguido, que permita novas propostas de intervenção (avaliação integradora)” (Zabala, 1998, p. 201).

 A partir dessas leituras, recebemos, em grupos, a seguinte situação – problema:

Com a homologação da Base Nacional Comum Curricular do Ensino Médio pelo MEC, quais são nossas intenções educacionais ante essa nova realidade? O que pretendemos que os estudantes aprendam, considerando as 10 competências gerais apresentadas no documento?

Com base no problema, foi realizado um brainstorm. O problema foi colocado em um post-it no centro, e abaixo dele, os integrantes do grupo colocaram ideias para a superação do desafio. Cada post-it continha apenas uma ideia.





Na fase seguinte, deu-se a análise das ideias e a reorganização das mesmas pelo critério de prioridade.
Depois desse trabalho, cada grupo ficou com a função de formular uma sequência didática que contemplasse os pontos apontados no brainstorm.


 
Orientações para a formulação da Sequência Didática

ZABALA, A. A prática educativa: como ensinar. Porto Alegre: Artmed, 1998.

terça-feira, 2 de abril de 2019


Práticas Educativas – um diálogo constante

Diário de aprendizagem

Quinta- feira, 14 de março de 2019

Retorno com as postagens no blog, depois de um período de afastamento, no qual me dediquei a leituras. Hoje retomo as reflexões, apontamentos, registros, tendo como foco a aula de Práticas Educativas, ministrada pelos professores doutores: Débora Leite Machado, Marcelo de Faria Salviano, Rosa Amélia Pereira da Silva, Veruska Ribeiro Machado.

 A proposta descrita abaixo deveria ser executada tendo como fundamentação os capítulos 1 e 2 de Zabala.

Eu e Irene discutimos e elaboramos a proposta que segue:

Situação
A Secretaria de Educação de um estado brasileiro da região centro-oeste investirá na abertura de uma instituição de educação profissional em 2019. Para isso, foi realizado concurso em 2018. O corpo docente foi convocado no final de 2018, e as atividades na instituição tiveram início em janeiro de 2019. O primeiro semestre do ano será dedicado ao planejamento das atividades, que começarão no segundo semestre. O corpo docente é composto por professoras e professores oriundos de diversas experiências: alguns atuaram na educação básica, outros na superior, e há aqueles que não têm experiência em docência. Logo no primeiro mês de formação dos professores, ficou evidente para a equipe gestora que mais da metade do grupo advoga a favor de desenvolver a atividade profissional como docente levando-se exclusivamente pela experiência oriunda de atividades anteriores. Alguns, inclusive, destacam as próprias experiências como estudantes como base para atuação pedagógica. Para a equipe gestora, ficaram os desafios de : promover uma discussão sobre a função social da instituição e dos educadores que nela atuam; desenvolver o conhecimento rigoroso da tarefa do professor nesse grupo. Para enfrentar esses desafios, a equipe da instituição conta com consultores pedagógicos.

Proposta
Como consultores desta instituição, o grupo deverá elaborar uma proposta de formação continuada e em serviço para esse grupo de professores considerando as dimensões da prática educativa. Para isso, deverá considerar a leitura dos capítulos 1 e 2 do livro A prática educativa: como ensinar, de A. Zabala, bem como o conceito de práxis, discutido em texto avulso produzido pela Escola de Gestores da Educação Básica. Ao final, será entregue documento com uma estrutura básica para a organização da formação desses professores contendo: Título da Formação, objetivos, conteúdos, recursos, procedimentos metodológicos.

'Por uma prática significativa'

Objetivo geral: Compreender e aplicar as ferramentas pedagógicas para que o professor contribua com a formação integral do educando, contemplando os aspectos: trabalho, cidadania, formação ética, cultural e científica.

Os objetivos específicos:
1. Conhecer e analisar a Proposta Pedagógica da Instituição fazendo inferências sobre o papel social da escola;
2. Conhecer a diversidade dos alunos por meio da relação professor e aluno.
 3. Contribuir para a constituição do sujeito reflexivo com percepção crítica sobre o mundo e uma intervenção cidadã acertada na interação com o outro e a sociedade.
4. Conhecer e aplicar as dimensões factual, conceitual, procedimental e atitudinal segundo Zabala.
 5. Compreender a importância da Avaliação processual e formativa.

 Os conteúdos abordados:
Proposta Pedagógica da Instituição;
Papel dos professores e alunos;
Aprendizagem significativa;
Avaliação formativa na prática educativa.

 Recursos: textos, vídeos, data-show.

 Procedimentos metodológicos: 

Primeiro momento:

* Sensibilização inicial: Inteirar-se dos conhecimentos prévios dos professores a respeito da prática educativa e do papel social da escola. Suscitar essa discussão a partir da análise de diferentes situações-problemas para os pequenos grupos, após período de discussão, socializar as questões levantadas com o grande grupo, destacando o papel social da instituição e a importância da prática educativa significativa; 
* Apresentar as fontes teóricas: Antônio Zabala, Paulo Freire, Marco Antônio Moreira;
* A leitura e reflexão dos teóricos serão solicitadas como pré-requisito para as aulas do curso de formação, as mesmas serão diluídas em diferentes momentos;

Segundo momento:

* Problematização I: Análise de estudo de caso, em pequenos grupos, concatenando-os ao referencial estudado;
* Apresentação das conclusões pelos grupos;

* Problematização II: Evidenciar práticas tradicionais e práticas inovadoras de ensino por meio de depoimentos colhidos de estudantes oriundos de diferentes contextos sociais e políticos, analisar esses casos e estruturar propostas interventivas frisando o papel social da instituição e as práticas educativas significativas;
 * Exposição das propostas interventivas.

Terceiro momento:

* Planejamento de atividades, em duplas, para serem aplicadas em oficinas ofertadas a graduandos da licenciatura, os quais, ao final das oficinas, avaliarão se os procedimentos metodológicos adequam-se ao papel social da instituição e se correspondem às práticas de aprendizagem significativa;

Quarto momento:

* Aplicação das oficinas;
* As oficinas serão acompanhadas pelos consultores da instituição;
* Avaliação dos participantes da oficina considerando os seguintes aspectos: os procedimentos metodológicos adequam-se ao papel social da instituição, eles se coadunam com as práticas de aprendizagem significativa;
*Expor o resultado do trabalho com as oficinas e das avaliações dos graduandos para o grande grupo;
* Sintetizar as conclusões e avaliar as atividades a partir da Práxis ação-reflexão-ação.

Quinto momento:

* Aperfeiçoar e ampliar as atividades das oficinas a partir das intervenções dos graduandos e consultores;
* Oferecer para a comunidade local essas oficinas e avaliar os resultados dos trabalhos.


A construção dessa proposta baseia-se nas contribuições de Zabala, ele afirma que os meios teóricos corroboram para que a análise da prática educativa seja de fato reflexiva, destaca também que o professor não pode se limitar à aplicação de fórmulas no processo de ensino e aprendizagem, pois isso gera uma limitação no processo educativo.  É preciso pensar na formação integral do aluno, isto é, na constituição de um sujeito reflexivo, com percepção crítica sobre o mundo e que tenha uma intervenção cidadã, acertada na interação com o outro e a sociedade, nesse sentido, o professor tem que estar consciente da importância da sua função dentro da escola, na sociedade e na vida do aluno.

A professora Veruska fez as considerações finais, desenhando no quadro a complexidade que envolve a questão “Como ensinar?” e a necessidade de se realizar essa reflexão, apropriando - se do conhecimento dos referenciais teóricos, didáticos e psicológicos; lançando um olhar técnico, dialogado com a perspectiva política e social do nosso fazer pedagógico.

Esquema das considerações finais sobre a complexidade de "Como ensinar?"


Apresentação da Proposta de formação continuada

Apresentação da Proposta de formação continuada