sexta-feira, 21 de junho de 2019


Práticas Educativas – um diálogo constante
Diário de aprendizagem
Quinta- feira, 13 de junho de 2019








Protótipo -  Sequência didática

Tema:
O uso das novas tecnologias de informação e comunicação (TICs) como recurso didático facilitador da aprendizagem no Proeja: uma perspectiva dos multiletramentos.

Objetivo geral:
Utilizar as novas tecnologias de informação e comunicação para a prática de multiletramentos no PROEJA.

Objetivos específicos:
ü  Proporcionar práticas educativas voltadas para os multiletramentos por meio da utilização do computador;
ü  Estimular a inserção social e digital dos alunos do PROEJA;
ü  Estimular a participação dos alunos quanto à construção da sua aprendizagem;
ü  Favorecer a construção e/ou fortalecimento da identidade do curso Técnico em Artesanato;
ü  Discutir as diversas formas de exclusão social e cultural no mundo do trabalho.

Áreas do conhecimento:
ü  Códigos e linguagens
ü  Informática
ü  História
ü  Sociologia

Recursos didáticos:
ü  Quadro
ü  Pincel
ü  Computador
ü  Data Show
ü  Internet

Duração:
ü  Sete aulas duplas de cinquenta minutos

Aula 1: avaliação diagnóstica
1ª ATIVIDADE

ü  Apresentar o Vídeo “História do Artesanato no Brasil: dominando a Arte 1” (3.24 min) e, em seguida, realizar um debate com a turma.
ü  Discutir com a turma o surgimento do artesanato – roda de conversa;
Questões temas:
  • Qual a sua importância para a constituição da humanidade?
  • Como essa modalidade de produção surgiu e o uso que o homem fez dela para garantir sua própria existência?
  •  Levantar questionamentos sobre as influências que as novas tecnologias da informação e comunicação exercem no modelo de sociedade atual?
  •   Relacionar o campo de atuação dos artesãos com as TICs.
  •   Discutir a influência das novas tecnologias de informação e comunicação na formação de identidade dos grupos.

Aula 02: introduzindo o uso das TICs para uma prática dos multiletramentos
1ª ATIVIDADE

ü  Retomar as discussões da aula anterior, em uma roda de conversa, destacando as possibilidades de ascensão profissional e pessoal, por meio das TICs, o que motivará os alunos na busca pelo letramento digital.

2ª ATIVIDADE
ü  Levar a turma para o laboratório de informática para uma atividade (livre) de conhecimento do computador como recurso pedagógico, realizando pesquisas na internet e utilizando o editor de textos Word.

Aula 03: o uso das TICs para uma prática de multiletramentos
1ª ATIVIDADE

ü  Dando continuidade à aula anterior, no laboratório de informática, os alunos manusearão o computador (realização de pesquisas sobre o artesanato e/ou uso do Word ─ tudo mediado pelo professor).

Aula 04: práticas de leitura e escrita no Word
1ª ATIVIDADE

ü  Nessa aula, será sugerido aos alunos que utilizem o editor de textos Word para escreverem textos (dependerá do nível de letramento de cada um) que tenha relação com suas vivências de mundo.
ü  Espera-se, com essa atividade que os alunos do PROEJA percebam as possibilidades de comunicação social com a utilização das novas TICs.

Aula 05: análises críticas do PROEJA
1ª ATIVIDADE

ü  Em uma roda de conversa, estimular os alunos a refletirem sobre as contribuições do PROEJA em artesanato para a inclusão social, considerando suas visões enquanto alunos do curso.
  • levantar questões de cunho social, cultural e econômico;
  • Problematizar a educação integral do sujeito;
  • Discutir o papel do PROEJA na sociedade brasileira;
  • Possibilitar e instigar todos os alunos a apresentarem seus pontos de vistas;
  • Debater o papel da leitura e escrita para a inclusão social;
  • Possibilitar, aos alunos, expressarem suas visões a respeitos das atividades realizadas pela pesquisadora.
2ª ATIVIDADE

ü  Levar os alunos ao laboratório de informática e, a partir do debate em sala, solicitar que redijam um memorial, expressando o que significa para eles o retorno à sala de aula e, quais são suas expectativas para o mundo do trabalho e para a vida com a conclusão de um curso profissional em artesanato.
ü  Todos os trabalhos serão salvos para compor a avaliação.

Aula 06: práticas de leitura e escrita no e-mail
1ª ATIVIDADE

ü  No laboratório de informática, será apresentado para a turma, com o auxílio de um data show, uma conta de e-mail e as suas funcionalidades como sistema de comunicação eletrônica. Após a explanação das funcionalidades do correio eletrônico, os alunos serão auxiliados a criarem contas de e-mail individual.
2ª ATIVIDADE

ü  Após a etapa de criação, a pesquisadora solicitará aos alunos que troquem e-mail entre eles, tomando como tema o mundo do trabalho do artesão.

Aula 07: práticas de leitura e escrita no e-mail
1ª ATIVIDADE

ü  Nesta aula será dado continuidade às atividades de trocas de e-mails entre a turma, haja vista que a atividade se mostra complexa, uma vez que se trata de um público que tem pouca familiaridade com os recursos digitais, exigindo maior tempo para a construção de aprendizagens significativas.

AVALIAÇÃO
ü  A avaliação ocorrerá de forma processual, na qual serão observados os seguintes fatores:
       A entrega dos textos produzidos durante a sequência;
       O desenvolvimento de aprendizagens que contemplam o letramento digital;
       Desenvolvimento de habilidades de leitura e escrita;
       Desenvolvimento da capacidade argumentativa.

Análise da Sequência didática

O objetivo geral da SD é o uso das novas tecnologias de informações e comunicação (TICs) como recurso didático facilitador da aprendizagem no Proeja técnico em artesanato, numa perspectiva dos multiletramentos.

Cabe destacar, que o público desse segmento é composto, majoritariamente, por mulheres, com mais de 40 anos, que já trabalham com o artesanato e conhecem o word e o e-mail, pois há as disciplinas: Operador de micro I e II, com uma carga horária de 20 aulas para cada uma delas. Logo, é feito uma breve apresentação e explanação das ferramentas supracitadas.

Todavia, a professora Veruska Machado que atua no último módulo desde 2016, destacou que o trabalho realizado pelas disciplinas ainda é insuficiente, porque não atinge o letramento digital necessário para as discentes. Para que isso ocorresse seria fundamental que as TCIs permeassem todas as disciplinas do curso. Veruska Machado afirma já existir uma discussão no campus no sentido de que todas as disciplinas estejam perpassadas pelas TCIs.

Sendo assim, é importante definir para qual módulo será aplicada a Sequência Didática em questão, pois os primeiros módulos têm dificuldade de ligar o computador, manusear os periféricos; já as estudantes do último módulo já avançaram no letramento digital, visto que já participam de projetos que envolvem as TCIs.

A professora Veruska Machado relatou as experiências de projetos exitosos nesse segmento, usando as ferramentas:  Linkedin – para currículo e contatos profissionais;  Pixton – confecção de quadrinhos; Excel – com o Plano de negócios, controle financeiro.

A experiência compartilhada pela professora Veruska Machado sobre as possibilidades e potencialidades de trabalhos a serem desenvolvidos nesse segmento foram bastante elucidativas e corroborarão para redesenhar a abordagem e estratégias da SD.

Como as ferramentas abordadas pela SD foram o word e o e-mail, é pertinente propor o manuseio de outros recursos que reverberem, enfaticamente, no cotidiano profissional dessas estudantes. Voltando, assim, o olhar para as necessidades fundamentais desse público. Zabala (2010, p.79) afirma que as atividades propostas devem cumprir “uma série de requisitos para evitar que as aprendizagens estejam desvinculadas da capacidade de utilizá-las em outros contextos que não sejam os estritamente escolares”.

Atender esse ponto explicitado por Zabala é crucial para ressignificar a SD e abrir novas perspectivas para a abordagem de outras ferramentas, como o Blog, o Instagram para postar os textos produzidos e as fotos de todo o trabalho com as TICs.

Veruska Machado referendou suas orientações usando o princípio explicitado acima  por Zabala (2010), quando destacou a urgência de abordar na SD atividades que  fizessem sentido para as estudantes, não focasse nas dificuldades, nos entraves, nas limitações, pois estes serão facilmente superados se as discentes enxergarem significância e funcionalidade das atividades para o cotidiano delas. Essa fala da professora dialoga, também, com outras  afirmações de Zabala (2010):

Se a exposição é uma simples transmissão dos conteúdos que não guarda nenhuma relação com algum fato próximo à realidade experiencial e afetiva do aluno - como partir de alguma situação conflitante ou problemática -, os conteúdos do tema serão considerados somente como uma lição que é preciso conhecer para desempenhar-se com êxito na prova e não tanto como um conhecimento que é interessante possuir (p.64).
            Então, é essencial reafirmar que o conteúdo abordado tem que fazer sentido para os alunos e incorporar-se a sua realidade, por isso Zabala (2010, p.81) endossa que “as atividades devem partir de situações significativas e funcionais, a fim de que o conteúdo possa ser aprendido junto com a capacidade de poder utilizá-lo quando seja conveniente”.
            Dessa forma, a SD precisa definir estratégias para desenvolver a capacidade do uso social das TCIs integradas às práticas sociais de leitura e escrita – que configurem como necessárias para o público- alvo.
            Outro aspecto que precisa ficar claro na SD é a sua área de aplicação. Esta  pode operacionalizar suas atividades na disciplina de Língua Portuguesa a partir da escolha de algum gênero textual para explorar e a partir daí desenvolver um trabalho com as TICs ou optar por perpassar todas as disciplinas de Códigos e Linguagens: Língua Portuguesa e estrangeiras, Educação Física, Artes, Informática. Esse ponto precisa estar bem explicitado na proposta.
            As aulas que sugerem atividades livres para socialização com as TICs devem ser repensadas e reformuladas no sentido de propor atividades direcionadas. Pode-se, por exemplo, iniciar a SD com a produção de texto sugerida para o final da SD e assim sensibilizar, motivar, agregar identidade ao trabalho desenvolvido.
            Cabe ressaltar a premência da descrição dos conteúdos a serem explanados na SD.
            Um fator destacado pela professora Veruska Machado e que merece ser repensado diz respeito ao entendimento do termo Multiletramentos, explicitado no objetivo, e que se refere às múltiplas tecnologias, linguagens e culturas. No entanto, as propostas da SD não alcançam essa multiplicidade sugerida pelo termo. Por esta razão, a substituição do vocábulo por Letramentos atenderia melhor aos objetivos estabelecidos pela SD.
            Com os encaminhamentos sugeridos para a SD, será imperioso rever o número de aulas destinado à execução das atividades e a forma de condução da avaliação.

REFERÊNCIAS:
ZABALA, Antoni. A prática educativa: como ensinar / Antoni Zabala: tradução Ernani F. da F. Rosa - Porto Alegre: Artmed, 2010.

           
               

segunda-feira, 17 de junho de 2019


Práticas Educativas – um diálogo constante
Diário de aprendizagem
Quinta- feira, 09 de maio de 2019





Protótipo - Sequência didática no Ensino Médio Integrado Técnico de Informática
Tema: Projeto de vida
Público alvo: 1º ano
Componente curricular: Projeto integrador

Objetivo geral:
Fomentar momentos propícios para desenvolver o autoconhecimento e projetar o futuro baseado em reflexões positivas, diálogo e interatividade.

 Objetivos específicos:
Identificar autoconceitos e valores pessoais que retrate a própria identidade;
Promover auto percepção através de linguagem escrita, imagens ou símbolos;
Projetar o futuro estabelecendo metas e objetivos;
Fortalecer as relações interpessoais e intrapessoais com vistas à construção do projeto de vida.

Aula 1
1° momento
Apresentação inicial da professora e da disciplina. Explanação: Por que existe no currículo, importância, pretensões da disciplina, evolução da disciplina dentro do curso- 10 min.
Dinâmica de apresentação: sala em círculo, dinâmica do fósforo- 30 min.
(Acender o fósforo, cada aluno fará uma autoapresentação enquanto o fósforo estiver aceso).

2° momento
Reflexão com a música de Milton Nascimento: Eu, caçador de mim.
Expor imagem em retroprojetor.
Entregar letra da música impressa aos alunos.
Tempo utilizado: 6: 47 min = preparação; 3’  + execução da música – 3’ 47’’.

3° momento
Elaboração do texto com o título: Eu, caçador de mim, autor da minha vida
Tempo utilizado: 15 min.
Recursos utilizados para esta aula: caixa de fósforos, caixa de som, retroprojetor.

Objetivo da aula:
Propiciar um ambiente favorável e descontraído para apresentação dos alunos.
Promover reflexão e autoconhecimento por meio de atividades que fortaleçam a percepção a respeito da própria identidade de modo que construam valores positivos.

Avaliação:
Observação de cada aluno e registro (principalmente referente à redação: Eu, autor da minha vida)

Atividade para casa:
Terminar a atividade escrita: Eu, autor de mim.
Entrevistar uma pessoa (da família, comunidade ou não) que o aluno admira, fazendo os seguintes questionamentos:

1-                  Quais maiores dificuldades que enfrentou?
2-                  O que te fez seguir adiante?
3-                  Qual o sentimento que aflora ao olhar para traz?
4-                  Como se sente hoje? Se se arrepende de algum acontecimento ou fato ocasionado por você?
Obs: Se a pessoa mora longe, utilizar algum recurso tecnológico como: whatssapp, skipe, messenger ou ligação, se já estiver falecido, conversar com alguém mais próximo da pessoa (irmão, filhos, vizinho).

Aula 2
1° momento:
 Roda de conversa: Comentários do que achou interessante ou chamou atenção na entrevista realizada. Há algum fato que queira ressaltar para a turma?
Tempo utilizado: 15’

2° momento:
Inicialmente explicar que a bandeira nacional é um símbolo importante do país e representa a história e cultura de um povo: suas cores, formatos e estrelas têm significados específicos. Explicar quais são.
Questionar: Seria possível fazer uma bandeira que identificasse uma pessoa do mesmo jeito que a bandeira do Brasil representa o país? Como seria uma bandeira pessoal?
Antes de iniciar a confecção da bandeira, os alunos devem refletir sobre as seguintes perguntas:
Qual é sua melhor qualidade? O que gostaria de mudar em você? O que mais valoriza na vida? Em qual atividade você se considera muito bom? Quais aspectos marcaram sua história de vida? Como você se vê no futuro?
Construção da bandeira pessoal- um papel sulfite, solicitar aos alunos que personifiquem suas bandeiras pessoais simbolizando com palavras, frases ou imagens as respostas das perguntas.

Socialização em grupo: O que mais a atenção na própria bandeira e na dos colegas? O que cada aluno descobriu sobre si próprio e sobre os colegas?
Sugestão: compartilhar a bandeira, fotografar, publicar em redes sociais, colocar como plano de fundo do celular. As bandeiras podem ficar em exposição, convidar os pais para conhecê-las.
Tempo utilizado: 35’

Recursos utilizados para esta aula: Imagem da bandeira do Brasil, revistas, jornais, cola, canetas coloridas, papel sulfite.

Objetivos da aula:
Simbolizar características pessoais;
Desenvolver a autopercepção;

Avaliação: Observação sistemática de cada aluno e registro (nível de dificuldade para identificar-se e socialização).

Aula 3
1° momento
Vídeo: Projeto de vida.
Roda de conversa: Diferença entre ter e ser- Reflexões: Qual o seu projeto de vida? Seu projeto baseia-se no ter ou no ser? Como você quer estar daqui a 5 anos:
Tempo 15’

2° momento
Poema em retroprojetor: Verbo ser- Carlos Drummond de Andrade
Em dupla os colegas dirão uma para o outro como querem estar daqui a 5 anos. Dizer 3 metas a serem alcançadas. O outro colega deve elaborar 3 estratégias para que ele consiga alcançar seu objetivo. A dupla deve apresentar oralmente os planos que traçou um para o outro.
Tempo: 35’

Recursos utilizados para esta aula: TV, retroprojetor.

Objetivos da aula:
Diferenciar ter e ser no projeto de vida;
Promover diálogo e interatividade;
Colocar –se no lugar do outro;
Compartilhar planos e projetos futuros.


Avaliação: Registro sobre as discussões e ideias expostas.

Atividade para casa:
Fazer um quadro comparativo: Eu agora? Eu no futuro?
Escrever texto respondendo as seguintes perguntas: Como o EMI técnico em informática te auxiliaria neste percurso presente- futuro? Quais competências e habilidades devo desenvolver para conquistar meu objetivo futuro?

Aula 4
1° momento
Laboratório de jogos digitais educativos- com ajuda do professor da área técnica os alunos deverão construir 2 avatares projetando a si próprio, um representando o presente e outro o futuro. Traçar um caminho virtual com as competências e habilidades que julgaram importantes na atividade para casa. No final do percurso ficará o avatar do futuro.
Tempo: 50’

Recursos utilizados: laboratório de jogos digitais educativos.

Objetivos da aula:
Integração entre disciplinas;
Conciliar os conhecimentos já desenvolvidos pelos alunos com a parte técnica, de formação profissional.

Avaliação: Planilha de habilidades a ser desenvolvida juntamente com o professor técnico.

Análise da Sequência Didática

Nessa aula, duas propostas de sequência didática foram socializadas, ambas comprometidas com o desenvolvimento de projetos centrados na aprendizagem significativa.
 Marco Antônio Moreira (2017) retoma o conceito de aprendizagem significativa defendido por Ausubel e esclarece que a nova informação precisa interagir com um aspecto relevante do conhecimento prévio do estudante.
Zabala (2010), p.37 - resgatando Ausubel, Novak e Hanesian - reitera a não- arbitrariedade no processo de construção e ampliação do conhecimento, ou seja, o estudante diante dos novos conteúdos precisa estabelecer relações comparativas entre o novo  e o já existente, integrar e atualizar seus esquemas de conhecimento: “Quando acontece tudo isto - ou na medida em que acontece podemos dizer que está se produzindo uma aprendizagem significativa dos conteúdos apresentados” .
Então, observado esse traço definidor das propostas, optei pela sequência: “Projeto de vida”. Ela foi elaborada para a disciplina Projeto Integrador, o desafio era trabalhar a pertinência da disciplina ‘Projeto Integrador ‘ com os estudantes recém- chegados à escola, ou seja, aprendizes do 1º ano do Ensino Médio Integrado.
A educadora elabora sua sequência, no intuito de apresentar soluções para o problema de evasão gerado pela frustração dos discentes ao se depararem com os novos mecanismos do processo de ensino e aprendizagem contemplados nessa etapa.
Zabala (2010), p.85, defende a construção de propostas que partam da análise da realidade que envolve os educandos, ele afirma que “partir da realidade e aproveitar os conflitos que nela se apresentam tem que ser o fio condutor do trabalho”. Nesse sentido, a sequência de atividades sugere o desenvolvimento da autopercepção, do autoconhecimento, da pertinência do curso e da disciplina. A partir dessas construções, os estudantes projetariam o futuro, pautados em reflexões positivas.
As atividades descritas pretendem constituir no educando uma visão crítica acerca da autocompreensão e conscientização dos novos processos contemplados nessa etapa, por isso as atividades, em sua maioria, estão voltadas para o desenvolvimento de conteúdos atitudinais. Zabala (2010), p.85, discorre sobre a importância de propor atividades que gerem mudanças atitudinais - “desenvolver atividades que façam com que os alunos participem em processos de mudança atitudinal, pondo em crise suas próprias proposições. Incentivar e ajudar para que ensaiem e provem as mudanças que em muitos casos serão necessárias, favorecendo o apoio dos colegas nestas mudanças”.
No entanto, cabe ressaltar que há momentos na sequência de convergência com outros conteúdos e a integração destes deve ser realizada, no decorrer da análise das aulas retomaremos esse ponto.
Assim, vale destacar a pertinência das atividades SD, no entanto, alguns pontos merecem ser observados e reestruturados, por exemplo:
Na aula 1, ao término da dinâmica utilizada para a apresentação do estudante, é necessário a condução de um diálogo com os aprendizes, no sentido de abordar algumas questões que  os permitam ampliar e consolidar as percepções sobre o entendimento da dinâmica.
Na música “Eu, caçador de mim”, a educadora deve propor questões para nortear a interpretação da canção, apontando aos educandos perspectivas distintas que corroborarão para a constituição do sentido do texto.
O educador pode utilizar esse diálogo como ponte para propor a escrituração do texto: Eu, caçador de mim, autor da minha história.
A música e o texto podem ser mecanismos para integrar outras áreas do conhecimento, como: Língua Portuguesa (estratégias para interpretação e produção de textos), História (constituição do sujeito histórico), Geografia (a região e estado de origem), Sociologia ( aspectos sociais, da política, do Estado),  Arte ( ilustrar o texto ou música a partir de algum mecanismo artístico).
Ao término dessa aula, foi solicitado como atividade de casa: a realização de uma entrevista, no intuito de colher um depoimento sobre a trajetória de vida de alguém significativo para os educandos.
É uma proposta muito interessante e merece um tempo maior para explanação dos resultados. Ao fim, o educador pode corrigir os textos, propor a reescrita, expor essas histórias no Blog da turma para que haja interação com o público e, sobretudo, com os entrevistados que podem acrescentar comentários, esclarecimentos.
O relato pessoal e a entrevista funcionam como ótimos instrumentos  avaliativos, contudo demandam um tempo especial para execução e reescrita.
Na aula 2, além da explanação da entrevista, propôs-se a confecção de uma  bandeira que expresse as peculiaridades de cada discente. Como é uma atividade que exige uma autoanálise pode ser finalizada em casa, posteriormente é preciso estabelecer uma conversa para socializar essa experiência.
Na aula 3, seria apropriado formular questões que direcionem a interpretação do poema de Drummond.
Como tarefa de casa foi proposto um quadro comparativo e a escrituração de um texto, as sugestões são muito boas, porém são complexas, por isso seria mais viável a opção por uma delas, como o texto propõe uma correlação com o EMI técnico em Informática seria interessante privilegiar essa atividade.
Na última aula, a proposta de integração com a área técnica para a construção de avatares reivindica um tempo maior para sua execução. É essencial indicar para os educandos o passo a passo dessa atividade.
                De modo geral, a SD requer um tempo maior para sua execução, pois é necessário que a cada atividade de autoconhecimento, de pertencimento, de significância e funcionalidade do EMI em informática haja uma discussão dialogada entre professor e aluno. Zabala (2010), p.66, enfatiza esse aspecto ao mencionar: “se levarmos em conta que o fomento da autoestima e do autoconceito é fundamental para favorecer a aprendizagem, teremos que introduzir atividades que permitam intercâmbios frequentes professor/aluno”.
                Outro aspecto fundamental é o tratamento dispensado aos textos produzidos, estes devem nortear as reflexões sobre o uso da língua, desembocando na ampliação e aprimoramento dos conhecimentos linguísticos, argumentativos, organizacionais e funcionais do educando.  A escrita e reescrita também permitem traçar um quadro da evolução de cada aprendiz, sendo assim um excelente mecanismo de avaliação, visto que Zabala (2010), p.66, já esclarece que “reconsiderar, também, que sentido deve ter a avaliação, para que se centre não tanto no que lhes falta aprender como no progresso que estão experimentando”.

Referências:
MOREIRA, Marco Antonio, 1942-. Teorias de aprendizagem / Marco antonio Moreira. - 2. ed.  ampl. – [Reimpr.]. – São Paulo: E.P.U., 2017.
ZABALA, Antoni. A prática educativa: como ensinar / Antoni Zabala: tradução Ernani F. da F. Rosa - Porto Alegre: Artmed, 1998.






domingo, 19 de maio de 2019




Práticas Educativas – um diálogo constante
Diário de aprendizagem
Quinta- feira, 25 de abril de 2019

Sequências Didáticas

Nessa aula, os colegas iniciaram as apresentações das sequências didáticas, três propostas foram socializadas, todas relevantes e em harmonia com o objetivo de formação integral do sujeito. Dentre elas, escolhi para análise a sequência construída sobre o tema: Gênero jornalístico e o jornalismo do século XXI.







Protótipo - Sequência Didática

 Tema: Gênero jornalístico e o jornalismo do século XXI

Objetivo geral:
 * Compreender o gênero jornalístico.

Objetivos específicos:

* Conhecer a História do jornal;
* Entender a diferença entre jornal escrito e digital;
* Debater o gênero sob o olhar Histórico-social;
* Elaborar jornal digital.

Recursos: vídeo, texto, filme, computador, internet, exposição oral.

Conteúdo: Língua Portuguesa, Sociologia, História, Filosofia.

Fundamentação teórica:

*Vigostki- interação com o meio;
* Wallon- aprendizagem lúdica;
* Freire- aprender a aprender.

Duração: 10 aulas de 50 minutos

Metodologias ativas:

* Brainstorm;
* Debate;
* Juri simulado;
* Dinâmicas: Hora da História e desafio;
* Roda de conversa;
* Visita externa;
* Bate-papo com especialistas.

1ª aula (2 aulas):

* Levantamento do conhecimento prévio:
* Brainstorm (20min): Jogar a palavra Jornal e Notícia e vê o conhecimento que os alunos têm a respeito.
* Roda de conversa (30 min) sobre o que os estudantes entendem sobre jornal e notícia.
* Vídeo documentário (10 min);
 Nesse site tem o panorama histórico do jornalismo no Brasil

* Ler o texto que apresenta a estrutura do jornal no link:

 Depois dividir a turma em grupo e discutir o texto.

Para Casa:
·         Enviar o texto para auxiliar na  construção da história em quadrinhos, a qual será sobre a trajetória do jornalismo e como os alunos entendem o jornalismo na atualidade.

2ª aula (2 aulas):

Filme: O quarto poder (1h e 10 min)

Apresentação das histórias em quadrinhos (20min)- cada grupo vai apresentar o seu quadrinho.

* Curta: A atuação do  quarto poder segundo Paulo Henrique Amorim ( Discutindo a imprensa sob o ponto de vista histórico e político)- 7 min
* Discutir a imprensa

Para casa:
Escrever um texto sobre o poder de persuasão do jornalismo no Brasil

3ª aula (2 aulas):
* Visita técnica guiada ao Correio Braziliense

4ª aula (2 aulas):

* Bate- papo com jornalista e um designer, especialistas em jornal digital, o objetivo é que esses profissionais mostrem como é feito um jornal digital, expliquem a diferença entre jornal físico e digital (50min).

* Dinâmica: Tribunal: Temática- O que é melhor jornal físico ou digital?
 Grupo de defesa X Grupo de acusação (Depois da primeira rodada de exposição de argumentos dos dois grupos, muda-se a abordagem do grupo: quem era de defesa passa a acusar e vice-versa) (50min).

* Leva para casa um jornal digital elaborado e em funcionamento em uma escola.
Tarefa de casa: Hora da história (Texto sobre jornal digital. Destacar algumas palavras desse texto e os alunos terão que escrever um texto tendo como ponto de partida as palavras destacadas).


5ª aula (2 aulas):

Laboratório de informática: Visitar a Plataforma de hospedagem de jornal, conhecer plataformas digitais e jornais digitais.

Dinâmica sobre Proatividade (Desafio: Espécie de gincana com prazo determinado para cumprir as atividades com perguntas sobre a temática abordada. Exemplo: Vocês terão cinco minutos para lançar os quadrinhos que produziram em casa na plataforma).

Avaliação:
Processual – ao final de cada aula passa a tarefa e avalia se houve entendimento, a prática é a chamada Avaliação 180º.




Análise:
A proposta de elaborar Sequências Didáticas para nortear o processo de ensino e aprendizagem é discutido e analisado por Zabala (2010). Ele destaca essa prática como instrumento eficaz para encaminhar processos que contemplem a aprendizagem significativa, isto é, a possibilidade de estabelecer relações não-arbitrárias entre o que o  estudante “já sabe e  o que deve aprender” .

Na medida em que podem se estabelecer estas relações, quer dizer, quando a distância entre o que se sabe e o que se tem que aprender é adequada, quando o novo conteúdo tem uma estrutura que o permite, e quando o aluno tem certa disposição para chegar ao fundo, para relacionar e tirar conclusões (Ausubel, Novak e Hanesian, 1993), sua aprendizagem é uma aprendizagem significativa que está de acordo com a adoção de um enfoque profundo. (Zabala, 2010, p.37)

Para Zabala (2010, p. 18), a elaboração, o planejamento e a devida condução das sequências didáticas são determinantes para que os docentes alcancem resultados satisfatórios da sua práxis pedagógica e contribuam para o desenvolvimento de competências e habilidades dos discentes no processo de ensino e aprendizagem: “as sequências de atividades ou didáticas¹ são os principais paradigmas para analisar a intervenção pedagógica, pois permitem o exame e a avaliação considerando todo o processo, o qual inclui as fases de planejamento, aplicação e avaliação”.

Elaborar uma Sequência baseada na explanação do tema Gênero jornalístico e o jornalismo do século XXI, a depender das atividades propostas e da forma de condução das mesmas, pode contribuir para a constituição crítica dos sujeitos.

A SD em análise foi pensada para os estudantes do Ensino Médio Integrado de Eletromecânica do 3º ano.

A professora ao iniciar sua fala afirmou que um dos principais objetivos da SD era desenvolver a habilidade de interpretação de texto, já que os discentes apresentavam dificuldade de compreensão leitora. Todavia, este objetivo não estava explícito no planejamento nem tampouco contemplado nas atividades propostas.

Nesse sentido, seria pertinente elaborar propostas que envolvessem os aprendentes com a leitura e interpretação de texto em cada etapa. Uma das possibilidades seria propiciar a leitura de reportagens do mesmo tema em diferentes jornais, estabelecer comparações e análises sobre o princípio de imparcialidade no jornalismo, estas pautadas por questões cuidadosamente elaboradas pelo professor para direcionar a análise crítica.

 Atividades que envolvessem o exame do Artigo de opinião e carta do leitor seriam de grande valia para os estudantes do 3º ano, pois eles aprimorariam a percepção sobre a construção argumentativa.
               
                Outro aspecto importante, diz respeito ao conhecimento de gêneros pertencentes à esfera jornalística, nas modalidades impressa e digital: manchete, anúncio classificado, anúncio publicitário, chamada, notícia, legenda, entrevista, tabela, reportagem, gráfico, carta do leitor, editorial, crítica, artigo, resenha, crônica, tira, propaganda, resenha crítica.

                É importante que o educador promova a socialização das características desses gêneros com os estudantes de forma ampla e então proponha, num segundo momento, um recorte, uma seleção dos gêneros que serão explanados com maior profundidade.  Essa abordagem também contribuirá para atingir o objetivo geral de compreender o gênero jornalístico.

                Uma sugestão para explorar as peculiaridades desses textos, seria apresentá-los enfocando temas de interesse para os discentes, dividi-los para a análise e distribui-los para pequenos grupos de alunos. Cada grupo estaria munido de um roteiro para nortear a identificação das características de cada gênero e posteriormente socializariam com a turma os aspectos distintivos de cada tipo de texto contido no jornal escrito e digital.

 Assim teriam uma visão ampla da diversidade textual do jornal e poderiam atuar na análise e escrita dos gêneros selecionados pelo professor para a estruturação do jornal digital.

A SD contempla em seus objetivos essa elaboração do jornal digital, mas as descrições das atividades contrastam com essa informação, já que o processo de construção do jornal digital não é abordado.

As proposições sobre conhecer a História do jornal, a sua função social de informar e formar opiniões, de manipular, distorcer fatos e situações estão contempladas com os documentários, filme sugerido, visita guiada ao Correio Braziliense, bate papo com jornalista e designer, tribunal e rodas de conversa que se sucederão a essas atividades. É necessário, portanto, elaborar um roteiro para guiar os estudantes na execução de cada atividade proposta, pois esse mecanismo será um propulsor, fomentador da reflexão crítica e da construção e/ ou ampliação das perspectivas sobre as informações explanadas.

As atividades supracitadas requerem também um maior envolvimento com a área técnica do curso de Eletromecânica, pode-se explanar a História e evolução da prensa mecânica desde Gutenberg até os dispositivos atuais. Outra relação a ser elucidada é um quadro comparativo com as características da imprensa tradicional e da digital. É necessário que esse trabalho com a área técnica esteja contemplado nos objetivos.

 Esse diálogo com diferentes campos do conhecimento é essencial, visto que retoma o objetivo macro do ensino: a formação integral do sujeito, Zabala (2010, p.40) enfatiza que “a forma de propor as atividades de ensino será a que permita a máxima inter-relação entre os diferentes conteúdos”.

A SD faz uso de diversas metodologias ativas com o propósito de envolver os discentes, fomentar a participação e atingir os objetivos desejados, no entanto, deve-se tomar cuidado com o excesso dessas propostas, visto que demandam muito tempo para execução, portanto, podem extrapolar a delimitação de aulas estabelecida pelo planejamento e acabar não contribuindo para atingir os objetivos desejados.

Dessa maneira, refletir sobre a pertinência ou não de certos instrumentos contribui para uma seleção mais criteriosa desses mecanismos e ajuda significativamente na atuação do professor e estudantes no processo educativo. Zabala (2010) afirma que o professor precisa pautar suas intervenções pedagógicas no exame minucioso do que é mais adequado para a realidade em que atua

 pôr sobre a mesa os instrumentos que nos permitam introduzir diferentes formas de intervenção aquelas atividades que possibilitem uma melhora de nossa atuação nas aulas, como resultado de um conhecimento mais profundo das variáveis que intervêm e do papel que cada uma delas tem no processo de aprendizagem dos meninos e meninas(ZABALA, 2010, p.54)

                Nessa perspectiva, Zabala (2010, p.56) ainda evidencia o perigo do professor “cair no denominado falso ativismo”, por isso a necessidade do docente ter uma percepção clara das possibilidades e do sentido das atividades para cada fase do processo.

                Assim, atividades da SD também devem estar muito bem relacionadas, de forma a possibilitar a visualização de todo o processo numa sequência de propostas pontuais e significativas, segundo Zabala (2010, p.17) deve haver uma “visão processual da prática, em que estão estreitamente ligados o planejamento, a aplicação e a avaliação".

                A avaliação é outro mecanismo que precisa refletir não apenas um momento no processo, mas todo ele, por isso deve ser gradual, pautada numa percepção clara sobre a situação do educando antes da execução da SD e no acompanhamento do seu progresso ou não no decorrer das atividades propostas, sempre contando com intervenções adequadas para suprir as lacunas e carências apontadas.
                A avaliação formativa centra-se não apenas no resultado obtido, mas no processo que culminou no alcance desses resultados, a esse respeito Zabala esclarece 

Trata-se de reconhecer o trabalho bem feito, mas sobretudo o esforço realizado, fazendo-os ver as dificuldades que tiveram que solucionar e os meios de que dispuseram. Enfim, respeitar o fato diferencial é uma medida-chave para promover a atitude favorável para continuar aprendendo e para melhorar o conhecimento dos processos pessoais de aprendizagem. Com esta finalidade será necessário apresentar atividades de avaliação nas quais seja possível atribuir os êxitos e os fracassos da aprendizagem a motivos modificáveis e controláveis, como fórmula para entender que é possível avançar quando se realiza o trabalho e o esforço suficientes para consegui-lo (ZABALA, 2010, p.104).

                As propostas que nortearão a realização da avaliação formativa devem ser discriminadas a cada etapa do processo, é relevante inserir o estudante no processo de avaliação para que ele estabeleça seus avanços e necessidades.

                Cabe ressaltar a importância que os conhecimentos factuais, procedimentais, conceituais e atitudinais estejam discriminados na SD para orientar a execução das atividades e as metas a serem alcançadas.

1- São um conjunto de atividades ordenadas, estruturadas e articuladas para a realização de certos objetivos educacionais, que têm um princípio e um fim conhecidos tanto pelos professores como pelos alunos. ( Zabala, 2010, p.18)