Práticas
Educativas – um diálogo constante
Diário de aprendizagem
Quinta- feira, 13 de junho de 2019
Protótipo - Sequência didática
Tema:
O uso das novas tecnologias de informação e comunicação (TICs) como
recurso didático facilitador da aprendizagem no Proeja: uma perspectiva dos
multiletramentos.
Objetivo geral:
Utilizar as novas tecnologias de informação e comunicação para a
prática de multiletramentos no PROEJA.
Objetivos específicos:
ü
Proporcionar práticas educativas voltadas para
os multiletramentos por meio da utilização do computador;
ü
Estimular a inserção social e digital dos alunos
do PROEJA;
ü
Estimular a participação dos alunos quanto à
construção da sua aprendizagem;
ü
Favorecer a construção e/ou fortalecimento da
identidade do curso Técnico em Artesanato;
ü
Discutir as diversas formas de exclusão social e
cultural no mundo do trabalho.
Áreas do conhecimento:
ü
Códigos e linguagens
ü
Informática
ü
História
ü
Sociologia
Recursos didáticos:
ü
Quadro
ü
Pincel
ü
Computador
ü
Data Show
ü
Internet
Duração:
ü
Sete aulas duplas de cinquenta minutos
Aula 1: avaliação diagnóstica
1ª
ATIVIDADE
ü
Apresentar o Vídeo “História do Artesanato no
Brasil: dominando a Arte 1” (3.24 min) e, em seguida, realizar um debate com a
turma.
ü
Discutir com a turma o surgimento do artesanato
– roda de conversa;
Questões temas:
- Qual a sua
importância para a constituição da humanidade?
- Como essa modalidade de produção surgiu e o uso que o homem fez dela para garantir sua própria existência?
- Levantar questionamentos sobre as influências que as novas tecnologias da informação e comunicação exercem no modelo de sociedade atual?
- Relacionar o campo de atuação dos artesãos com as TICs.
- Discutir a influência das novas tecnologias de informação e comunicação na formação de identidade dos grupos.
Aula 02: introduzindo
o uso das TICs para uma prática dos multiletramentos
1ª ATIVIDADE
ü
Retomar as discussões da aula anterior, em uma
roda de conversa, destacando as possibilidades de ascensão profissional e
pessoal, por meio das TICs, o que motivará os alunos na busca pelo letramento
digital.
2ª ATIVIDADE
ü
Levar a turma para o laboratório de informática
para uma atividade (livre) de conhecimento do computador como recurso
pedagógico, realizando pesquisas na internet e utilizando o editor de textos Word.
Aula 03: o uso das TICs para uma prática de multiletramentos
1ª ATIVIDADE
ü
Dando continuidade à aula anterior, no
laboratório de informática, os alunos manusearão o computador (realização de
pesquisas sobre o artesanato e/ou uso do Word ─ tudo mediado pelo
professor).
Aula 04: práticas de leitura e escrita no Word
1ª ATIVIDADE
ü
Nessa aula, será sugerido aos alunos que
utilizem o editor de textos Word para escreverem textos (dependerá do
nível de letramento de cada um) que tenha relação com suas vivências de mundo.
ü
Espera-se, com essa atividade que os alunos do
PROEJA percebam as possibilidades de comunicação social com a utilização das
novas TICs.
Aula 05:
análises críticas do PROEJA
1ª ATIVIDADE
ü
Em uma roda de conversa, estimular os alunos a
refletirem sobre as contribuições do PROEJA em artesanato para a inclusão
social, considerando suas visões enquanto alunos do curso.
- levantar questões
de cunho social, cultural e econômico;
- Problematizar a
educação integral do sujeito;
- Discutir o papel do
PROEJA na sociedade brasileira;
- Possibilitar e
instigar todos os alunos a apresentarem seus pontos de vistas;
- Debater o papel da
leitura e escrita para a inclusão social;
- Possibilitar, aos
alunos, expressarem suas visões a respeitos das atividades realizadas pela
pesquisadora.
2ª ATIVIDADE
ü
Levar os alunos ao laboratório de informática e,
a partir do debate em sala, solicitar que redijam um memorial, expressando o
que significa para eles o retorno à sala de aula e, quais são suas expectativas
para o mundo do trabalho e para a vida com a conclusão de um curso profissional
em artesanato.
ü
Todos os trabalhos serão salvos para compor a
avaliação.
Aula 06: práticas de leitura e
escrita no e-mail
1ª ATIVIDADE
ü
No laboratório de informática, será apresentado
para a turma, com o auxílio de um data show, uma conta de e-mail e as suas
funcionalidades como sistema de comunicação eletrônica. Após a explanação das
funcionalidades do correio eletrônico, os alunos serão auxiliados a criarem
contas de e-mail individual.
2ª ATIVIDADE
ü
Após a etapa de criação, a pesquisadora
solicitará aos alunos que troquem e-mail entre eles, tomando como tema o mundo
do trabalho do artesão.
Aula 07: práticas de leitura e escrita no e-mail
1ª ATIVIDADE
ü
Nesta aula será dado continuidade às atividades
de trocas de e-mails entre a turma, haja vista que a atividade se mostra
complexa, uma vez que se trata de um público que tem pouca familiaridade com os
recursos digitais, exigindo maior tempo para a construção de aprendizagens
significativas.
AVALIAÇÃO
ü
A avaliação ocorrerá de forma processual, na
qual serão observados os seguintes fatores:
•
A entrega dos textos produzidos durante a
sequência;
•
O desenvolvimento de aprendizagens que
contemplam o letramento digital;
•
Desenvolvimento de habilidades de leitura e
escrita;
•
Desenvolvimento da capacidade argumentativa.
Análise da Sequência didática
O objetivo
geral da SD é o uso das novas tecnologias de informações e comunicação (TICs)
como recurso didático facilitador da aprendizagem no Proeja técnico em
artesanato, numa perspectiva dos multiletramentos.
Cabe destacar,
que o público desse segmento é composto, majoritariamente, por mulheres, com
mais de 40 anos, que já trabalham com o artesanato e conhecem o word e o
e-mail, pois há as disciplinas: Operador de micro I e II, com uma carga horária
de 20 aulas para cada uma delas. Logo, é feito uma breve apresentação e
explanação das ferramentas supracitadas.
Todavia, a
professora Veruska Machado que atua no último módulo desde 2016, destacou que o
trabalho realizado pelas disciplinas ainda é insuficiente, porque não atinge o
letramento digital necessário para as discentes. Para que isso ocorresse seria
fundamental que as TCIs permeassem todas as disciplinas do curso. Veruska
Machado afirma já existir uma discussão no campus no sentido de que todas as
disciplinas estejam perpassadas pelas TCIs.
Sendo assim, é
importante definir para qual módulo será aplicada a Sequência Didática em
questão, pois os primeiros módulos têm dificuldade de ligar o computador,
manusear os periféricos; já as estudantes do último módulo já avançaram no
letramento digital, visto que já participam de projetos que envolvem as TCIs.
A professora
Veruska Machado relatou as experiências de projetos exitosos nesse segmento,
usando as ferramentas: Linkedin – para
currículo e contatos profissionais; Pixton
– confecção de quadrinhos; Excel – com o Plano de negócios, controle financeiro.
A experiência compartilhada
pela professora Veruska Machado sobre as possibilidades e potencialidades de
trabalhos a serem desenvolvidos nesse segmento foram bastante elucidativas e
corroborarão para redesenhar a abordagem e estratégias da SD.
Como as
ferramentas abordadas pela SD foram o word e o e-mail, é pertinente propor o
manuseio de outros recursos que reverberem, enfaticamente, no cotidiano
profissional dessas estudantes. Voltando, assim, o olhar para as necessidades
fundamentais desse público. Zabala (2010, p.79) afirma que as atividades
propostas devem cumprir “uma série de requisitos para evitar que as aprendizagens
estejam desvinculadas da capacidade de utilizá-las em outros contextos que não
sejam os estritamente escolares”.
Atender esse
ponto explicitado por Zabala é crucial para ressignificar a SD e abrir novas
perspectivas para a abordagem de outras ferramentas, como o Blog, o Instagram para
postar os textos produzidos e as fotos de todo o trabalho com as TICs.
Veruska
Machado referendou suas orientações usando o princípio explicitado acima por Zabala (2010), quando destacou a urgência
de abordar na SD atividades que fizessem
sentido para as estudantes, não focasse nas dificuldades, nos entraves, nas
limitações, pois estes serão facilmente superados se as discentes enxergarem
significância e funcionalidade das atividades para o cotidiano delas. Essa fala
da professora dialoga, também, com outras afirmações de Zabala (2010):
Se a exposição é uma simples transmissão dos conteúdos
que não guarda nenhuma relação com algum fato próximo à realidade experiencial
e afetiva do aluno - como partir de alguma situação conflitante ou problemática
-, os conteúdos do tema serão considerados somente como uma lição que é preciso
conhecer para desempenhar-se com êxito na prova e não tanto como um conhecimento
que é interessante possuir (p.64).
Então,
é essencial reafirmar que o conteúdo abordado tem que fazer sentido para os
alunos e incorporar-se a sua realidade, por isso Zabala (2010, p.81) endossa
que “as atividades devem partir de situações significativas e funcionais, a fim
de que o conteúdo possa ser aprendido junto com a capacidade de poder
utilizá-lo quando seja conveniente”.
Dessa
forma, a SD precisa definir estratégias para desenvolver a capacidade do uso
social das TCIs integradas às práticas sociais de leitura e escrita – que configurem
como necessárias para o público- alvo.
Outro
aspecto que precisa ficar claro na SD é a sua área de aplicação. Esta pode operacionalizar suas atividades na
disciplina de Língua Portuguesa a partir da escolha de algum gênero textual
para explorar e a partir daí desenvolver um trabalho com as TICs ou optar por
perpassar todas as disciplinas de Códigos e Linguagens: Língua Portuguesa e
estrangeiras, Educação Física, Artes, Informática. Esse ponto precisa estar bem
explicitado na proposta.
As
aulas que sugerem atividades livres para socialização com as TICs devem ser
repensadas e reformuladas no sentido de propor atividades direcionadas. Pode-se,
por exemplo, iniciar a SD com a produção de texto sugerida para o final da SD e
assim sensibilizar, motivar, agregar identidade ao trabalho desenvolvido.
Cabe
ressaltar a premência da descrição dos conteúdos a serem explanados na SD.
Um
fator destacado pela professora Veruska Machado e que merece ser repensado diz
respeito ao entendimento do termo Multiletramentos, explicitado no objetivo, e
que se refere às múltiplas tecnologias, linguagens e culturas. No entanto, as
propostas da SD não alcançam essa multiplicidade sugerida pelo termo. Por esta
razão, a substituição do vocábulo por Letramentos atenderia melhor aos
objetivos estabelecidos pela SD.
Com os encaminhamentos sugeridos para
a SD, será imperioso rever o número de aulas destinado à execução das
atividades e a forma de condução da avaliação.
REFERÊNCIAS:
ZABALA, Antoni. A prática educativa: como ensinar / Antoni Zabala:
tradução Ernani F. da F. Rosa - Porto Alegre: Artmed, 2010.